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sábado, 12 de outubro de 2013

Eis aí tua mãe (João 19:27)

Pouco antes de morrer na cruz, disse Jesus à Maria, sua mãe, que João era "filho" dela (na realidade, João era amigo da família); e, depois, falou a João: "Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa." Por que Jesus disse essas palavras? Qual era sua verdadeira intenção? Será que foi, de fato, para determinar Maria como mãe dos cristãos? Vejamos à luz da Bíblia Sagrada.

Já referimos em textos anteriores que a Bíblia é produto judeu e por isso precisa ser interpretada sob a cultura judaica, para se evitar doutrinas distorcidas da vontade de Deus. Nesse compasso, sabemos que Jesus foi o filho primogênito de Maria, vez que José "não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus" (Mateus 1:25). Em outras palavras, esse versículo explica que José não teve relações sexuais com Maria até o nascimento de Jesus, o filho primogênito. Depois disso, o casal José e Maria passou a viver exatamente como viviam os demais casais judeus daquela época: e tiveram outros filhos ("Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te"), conforme Mateus 12:47; Lucas 8:20; Marcos 3:32, salientando que nesses textos, escritos em grego, consta a palavra "filhos", e não "primos".

Logo, como primogênito, Jesus era o filho mais velho dentre os filhos de José e Maria. Na cultura judaica cabia ao pai o cuidar da família, e na falta do pai o cuidado passava para o filho mais velho, até os demais irmãos tornarem-se adultos. Então, Jesus, sendo o filho mais velho, era ele que cuidava de sua família e, por conseguinte, de sua mãe, já viúva. Agora, na falta do filho mais velho (primogênito), a mãe viúva ficaria sob os cuidados da pessoa indicada pelo filho mais velho, que poderia ser um dos outros filhos ou até mesmo alguém de fora, porém próximo da família.

Conclui-se, desse modo, que Jesus, antes de morrer, simplesmente cumpriu com o seu dever de filho mais velho de deixar sua mãe sob a proteção de alguém próximo da família que, no caso, era o discípulo João, o único que estava aos pés da cruz consolando Maria. Assim, não houve dúvidas em Jesus que Maria estaria bem segura com João, tanto que esse logo a levou para sua casa.

No mais, tem-se por absoluto que o Novo Testamento, escrito todo em grego, língua rica em palavras e definições, não fixa como regra que os cristãos primitivo prestavam qualquer reverência à Maria, mesmo quando viva ou mesmo depois de sua morte (os primeiros cristão e mesmo os cristãos posteriores não criam em Maria como "Mãe de Deus", dogma tardio introduzido no ano de 431 dC, no Concílio de Éfeso; como também não criam na assunção de Maria, dogma esse introduzido há bem pouco tempo, no ano de 1950 por Pio XII). Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim.

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

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