Páginas

UBE Blogs

sábado, 28 de dezembro de 2013

Jesus Cristo: A Verdade — parte final

"Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé" (1Coríntios 15:12-14, escrita em torno de 56 d.C.).

Afinal de contas, Cristo ressuscitou ou não? Veja, caro leitor, que vinte e três anos depois de sua crucificação, morte e ressurreição já havia quem negasse que Ele tinha ressuscitado. Essa negativa era fruto da doutrina dos Saduceus, grupo judaico que não acreditava na ressurreição dos mortos (Lucas 20:27), a quem Jesus enfatizara: "Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?" (Marcos 12:24), acrescentando "que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó." (Lucas 20:37).

Há quem afirme que nas Escrituras a palavra original traduzida por "ressurreição" significava, na realidade para o povo daquela época, "reencarnação". Todavia, tal afirmativa não se sustenta em base bíblica, bastando verificar que todas as vezes em que ela aparece na Bíblia, os contextos não oferecem a possibilidade de ser interpretada como reencarnação, mas simplesmente como ressurreição.

A Bíblia narra que Jesus foi morto, e sepultado, e que no terceiro dia ressuscitou, tendo Ele próprio (o mesmo Jesus antes vivo e, depois, morto) aparecido aos seus discípulos, v.g. Atos dos Apóstolos 1.3, escrito entre 61 e 63 d.C.: "Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus."

Observa-se que Jesus não reencarnou nEle mesmo, o que seria algo impossível até mesmo ao próprio Deus, considerando-se que reencarnar seria a alma (ou espírito) de uma pessoa falecida voltar à vida num outro corpo, formando outra vida desde a  nova concepção. Foi também por conta disso que Jesus ensina Nicodemos a necessidade de nascer de novo (renascer, que não se confunde com reencarnar), e Nicodemos lhe pergunta, espantado, como seria possível, depois de adulto, retornar ao ventre de sua mãe, e Jesus explica a ele que o novo nascimento é por meio da água e do espírito, e não da vontade da carne.

Uma vez que Jesus ensinou sobre renascer da água e do espírito (nascer do Alto) e sobre a ressurreição, tendo Ele mesmo ressuscitado, jamais lecionou a respeito da reencarnação. Assim é que existem religiões ministrando reencarnação a seus adeptos, mas é preciso ficar bem claro aos tais que Jesus nunca ensinou isso, que tal doutrina não é cristã na sua origem, nem mesmo teria sido incorporada ao cristianismo, e nunca foi ministrada a nenhum cristão em qualquer tempo

Portanto, caro leitor, não erre desconhecendo as Escrituras. Nesta época em que se lembra da encarnação de Deus (Natal) entre os homens é importante entender que Ele determinou apenas uma vida aos seres humanos. Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

Jesus Cristo: A Verdade — parte 4

"Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também" (João 14:2-3). 

Ao dizer que na casa do Pai há muitas moradas, Jesus não se referia à re-encarnação (aliás, diga-se, não há nenhuma referência à re-encarnação no Evangelho segundo Jesus Cristo, o qual sigo). Os contextos imediato e mediato do Evangelho informam sobre morte, ressurreição (esta é a tradução correta da palavra grega que João escreveu em seu evangelho) e assunção de Cristo.

Jesus iniciou a preparação dos lugares para seus discípulos nos Céus, a partir de sua crucificação, morte e ressurreição (tornar a mesma pessoa a viver no mesmo corpo físico). Ao ressuscitar e aparecer à Maria, disse-lhe Jesus que ainda não havia subido para o Pai (João 20:17). E ao discípulos falou, pouco antes de ascender aos Céus: "assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos. E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém"; e na sequência Ele foi elevado aos Céus (Lucas 24:46-47 e 51). 

"E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco [anjos], os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir." (Atos 1:10-11). Aqui, os anjos confirmam o que Jesus havia dito aos discípulos: "virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também".

A respeito da vinda de Jesus o apóstolo Paulo ensina: "Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem [mortos], para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." (1Tessalonicenses 4:13-17).

O mesmo Paulo questiona, ainda: "Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé" (1Coríntios 15:12-14).

No próximo texto darei continuidade a este assunto, querendo Deus! Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Jesus Cristo: A Verdade — parte 3

Mencionei na parte 1 deste assunto que Jesus, por ocasião da última ceia, ensinara a seus discípulos ser Ele o caminho, a verdade e a vida, e que ninguém vai a Deus senão for exclusivamente por Ele. No último texto referi que o caminho, a verdade e a vida são três espaços do templo judaico percorridos pelos judeus para, arrependidos, se achegarem ao Pai, e que representavam o próprio Jesus. 

Na última ceia Jesus já sabe que em breve voltaria para o Pai, motivo pelo qual passa a mostrar aos discípulos que para onde Ele vai [para Deus, nos Céus], eles ainda não poderiam ir [porque não havia lugar preparado nos Céus para eles, bem como eles também ainda não estavam preparados para irem para lá]. Pense na decepção dos discípulos! Não havia nos Céus lugar para eles porque não estavam preparados, não estavam prontos. Como assim? 



Antes de serem discípulos de Jesus, aquelas pessoas eram fieis da religião judaica: conheciam a Lei, seguiam seus rituais, e mesmo assim não havia espaço para eles nos Céus. Em outras palavras, Jesus está ensinando que religião humana, seja ela qual for, não leva ninguém para os Céus por seus próprios rituais, dogmas ou liturgias. Se você, leitor, é um desses religiosos fanáticos, que nasceu numa religião e diz que vai morrer nela, cuidado: você corre sério risco de não ir para os Céus.

Todavia, Jesus anima a seus discípulos, respondendo a Pedro (o mesmo que o negaria três vezes no dia seguinte): "Para onde eu vou não podes, agora, seguir-me, mas, depois, me seguirás. [...]. Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; [...], pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também" (João 13:33-14:1-3). Leitor, não se perturbe em seu coração. Creia em Jesus. Nos Céus,  casa de Deus, há muitas moradas, e uma delas Jesus preparou para ser o teu lugar. E Ele virá te buscar para você estar com Ele, nos Céus.

Ao dizer que na casa do Pai há muitas moradas, Jesus nada referiu sobre re-encarnação [esta, aliás, é uma interpretação pessoal de Hippolyte Léon Denizard Rivail fora do contexto em que a frase foi dita, e "texto fora de contexto é pretexto para heresia"]. No contexto, Jesus disse que voltaria depois de preparar lugar, para levar seus discípulos (Pedro, João, Barnabé, Mateus; eu, você, e outros que crêem nEle). Ele não disse que viria buscar a João Batista porque este supostamente havia sido, em outras vidas, Elias ou Enoque, Salomão, Cleopatra, ou talvez uma mosca. Jesus não ensinou sobre re-encarnação, e sim sobre ressurreição.

No próximo texto darei continuidade a este assunto, querendo Deus! Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

(Publicado na edição 374, ano 09, de 6 a 10-12-2013, do Jornal Folha do Iguaçu, página 8).

domingo, 1 de dezembro de 2013

Jesus Cristo: A Verdade — parte 2

Segundo Arthur Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX, toda verdade passa por três fases: 1) é ridicularizada; 2) violentamente combatida; 3) aceita como evidente. Alguém aí duvida que Jesus Cristo, a Verdade, enfrentou essas três fases?

O profeta Isaías descreveu a primeira fase, quase setecentos anos antes, assim: "Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum" (Isaías 53:3); o apóstolo Pedro resumiu a segunda fase: "Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais,  [...], tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos" (Atos 2:22-23); a terceira fase, por sua vez, é aceita pela própria história humana, ao ponto de estar dividida em dois períodos: antes de Cristo e depois de Cristo.

Na última ceia Jesus afirma-se aos seus discípulos como "o caminho, a verdade e a vida" e que ninguém vai ao Pai, senão por Ele (João 14:6). A Bíblia não contém palavras inúteis. Então, entende-se que esses três elementos são tipos do próprio Cristo, e foram escritos [falados] na mesma ordem que o ser humano precisa seguir para se religar [religião] a Deus. Essas três palavras eram bem familiares aos discípulos daquele tempo, pois representavam a sequência exata que eles, enquanto judeus, por intermédio de sacerdotes, seguiam para adentrar no tabernáculo de Moisés (substituído mais tarde pelo Templo de Salomão):

Primeiro, entravam no pátio trazendo um animal para sacrifício pelos pecados no altar do holocausto (este era o caminho do arrependimento de pecados); segundo,  lavavam-se e passavam para o lugar Santo, onde havia luz do candelabro, doze pães e altar do incenso (este era o lugar da verdade); e terceiro, do altar do incenso saía fumaça que passava pelo véu da separação para o lugar Santíssimo, onde a presença de Deus era representada na arca da aliança e onde somente o sumo sacerdote entrava, uma vez por ano (a presença de Deus é o lugar da vida).

Eis aí o caminho, a verdade e a vida que os judeus conheciam para se encontrarem com Deus. Agora Jesus ensina que Ele é o caminho, a verdade e a vida (os três estágios para se religar a Deus), complementando que ninguém vai ao Pai se não for por Ele, e somente por Ele, sem qualquer mediador, intercessor. Foi por isso que na sua morte o véu da separação se rasgou de alto a baixo, indicando que, pela obra da Cruz de Cristo, o ser humano não precisa mais de sacrifícios, nem de sacerdotes para se achegar a Deus, bastando que passe com Jesus Cristo na sua crucificação, morte e ressurreição: pelo legítimo novo nascimento completamente ignorado nas religiões pseudo cristãs.

No próximo texto darei continuidade a este assunto, querendo Deus! Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

(Publicado na edição 372, ano 09, de 29-11 a 03-12-2013, do Jornal Folha do Iguaçu, página 7).