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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Jesus Cristo: A Verdade — parte 1

Há tempos li em um artigo jurídico que a "verdade é objetiva". Compreendi, então, que subjetiva - individual - é a interpretação que cada um tem da verdade, daí surgirem as diversas verdades quantas são as pessoas no mundo, como referido pelo meu amigo Cláudio Luis Rieiki, na coluna que publica aqui no JFI. Somos indivíduos e, nessa condição, temos nossas próprias impressões sobre fatos e circunstâncias da vida.

Durante seu injusto julgamento, Jesus responde a Pilatos que nasceu também para dar testemunho da verdade, acrescentando que "todo aquele que é da verdade ouve a minha voz" (João 18:37). Insatisfeito com essa resposta, Pilatos insiste perguntando-Lhe: que é a verdade? (João 18:38). Sendo a verdade algo objetivo, nem o "poderoso" Pilates entendia seu real significado; tinha Pilatos suas próprias impressões sobre ela.

Porém Jesus já havia respondido a pergunta de Pilatos, ao dizer aos seus discípulos: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14:6). Por que Jesus afirmou ser o caminho? Caminho que inicia onde? E vai até onde? Por que Ele disse ser a verdade? A verdade a respeito de quê? Por fim, o Mestre também referiu ser a vida. Mas o que é a vida? Que tipo de vida Jesus é? Quantas perguntas em apenas uma afirmação! As respostas a cada uma delas deverão ser buscadas dentro do mesmo contexto, sob pena de vilipêndio à verdade. E o contexto ocorre na Santa Ceia, quando Jesus, já sabendo que iria voltar para o Pai, vez que era chegada sua hora (Judas Iscariotes estava prestes a traí-Lo), passa a dar as últimas instruções aos seus discípulos, como o "lava-pés", e declara: 

"Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis, e, como tinha dito aos judeus: para onde eu vou não podeis vós ir, eu vo-lo digo também agora.  [...]. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não podes, agora, seguir-me, mas, depois, me seguirás. [...]. Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; [...], pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; [...]. (João 13-14). 

No próximo texto darei continuidade a este assunto, querendo Deus! Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

(Publicado na edição 370, ano 09, de 22 a 26-11-2013, do Jornal Folha do Iguaçu, página 9).

Humanos Divinizados — última parte

Apesar de alguns erros de concordância e também de digitação, deixei entender nos quatros textos anteriores que Deus proíbe o homem de fabricar e adorar estátuas; que é Deus quem faria imagens de Si, em cada pessoa nascida viva; que o pecado original fez o ser humano perder a imagem [e semelhança] de seu Criador, além de  fazê-lo separar-se de Deus; separado de Deus e contaminado com o pecado, o ser humano passa a fabricar imagens de outros "deuses".

Há uma teoria histórica apontando para a origem da adoração e fabricação de estátuas de "deuses", assim: as comunidades primitivas viviam em clãs chefiados por patriarcas, que os lideravam em batalhas contra outros clãs. Os patriarcas vitoriosos recebiam devoção enquanto vivos, e quando morriam muitas vezes seus sucessores faziam-lhes preces imprecatórias por proteção e vitórias e, uma vez alcançadas, rendiam-lhes adorações, ofertas e sacrifícios. Daí surgem os "ídolos do lar", para cada clã reverenciar seus próprios patriarcas falecidos, por reconhecerem neles poderes espirituais que os capacitavam interferir no plano material, depois de mortos.

Desse ambiente de adoração a patriarcas que se tornaram "deuses" depois de mortos, que o Senhor Deus retirou um homem (Abrão) da idolatria, a quem se revelou como o Deus único, criador de tudo o que existe, e a partir de quem fez descender-Lhe uma tribo (o clã dos hebreus) para Lhe Adorar com exclusividade na terra prometida ("Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para a herdares" – Gênesis 15:7).

Descendentes de Abrão, pela promessa: Isaque e Jacó. De Jacó, com seus doze filhos, surge o Clã dos Hebreus que desce para o Egito, onde formam uma grande nação ao longo de quatrocentos anos, aproximadamente. Depois, liderados por Moisés, os Hebreus saem do Egito, de retorno à terra prometida ao patriarca Abrão. No trajeto de volta, Deus lhes dá os Dez Mandamentos e diversos preceitos civis, religiosos e sanitários, dentre os quais a proibição de fabricar e adorar imagens (Êxodo 20:4), e consultar e cultuar mortos (Deuteronômio 18:11), que são práticas  abomináveis dos povos ímpios e politeístas.



Nesse sentido transcrevo a seguinte lição de William Macdonald e Brad Hanes, in Suprema Majestade, 1ª edição, Actual Edições, 2012, introdução: "Os ímpios não querem manter o verdadeiro Deus em seu conhecimento. Eles sabem que crer em tal Deus restringiria seu estilo de vida. Então, eles se voltam para a idolatria: fabricam imagens de pessoas, pássaros, animais e cobra e os adoram. Uma vez que cada imagem representa um degrau abaixo na escala da criação, sucede que eles se sentem cada vez menos responsáveis por viver uma vida limpa. Se o deus deles é uma cobra, tanto faz a maneira como vivem. Isso explica o vínculo estreito entre idolatria e imoralidade. Ídolos fabricados por seres humanos não fazem exigências morais aos seus adoradores. Todos nos tornamos parecidos com aquilo que adoramos". Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

(Publicado na edição 368 ano 09, de 13 a 19-11-2013, do Jornal Folha do Iguaçu, página 9).

domingo, 10 de novembro de 2013

Humanos Divinizados — parte 4

No final do texto anterior mencionei que Jesus não é um humano divinizado, senão o próprio Deus que se fez homem e, sendo Ele Deus, o homem está proibido de fazer-Lhe imagens. Em outros textos referi que os israelitas (judeus) acreditavam no Deus único, criador dos céus, da terra e de tudo o que existe, sem nunca fazer-Lhe imagens. No tempo de Jesus esse povo sofria influência cultural-religiosa dos romanos que estes, por sua vez, haviam absorvido dos gregos, isto é a religião romana era a religião grega "atualizada" para sua época, com "adaptação" de nomes divinos a sua realidade.

Na época dos Macabeus, os Romanos ajudaram os Judeus a se libertarem dos gregos e, depois disso, aproveitando-se da confiança que tinham, dominaram a Palestina por volta de 63 a.C., e escravizaram os Judeus. Mais tarde, o crescimento do cristianismo trouxe instabilidade político-religiosa àquela região e, consequentemente, aos próprios Romanos, o que levou o general Tito invadir Jerusalém e matar milhares de judeus (inclusive cristãos) em 70 d.C.. Porém quanto maior a perseguição aos judeus, mais aumentavam os cristãos, a ponto de o Imperador Constantino, mais ou menos 250 anos depois, como política pela "paz", agregar o Deus dos judeus (e também dos cristãos) ao seu panteão de "deuses" como o Deus supremo dos romanos, destronando seu antigo deus supremo, Júpiter (o equivalente a Zeus, da Grécia).

Do panteão de "deuses" romanos destacavam-se: Júpiter, rei de todos os deuses; Apolo, deus do sol e patrono da verdade; Vênus, do amor e beleza; Marte, da guerra; Minerva, deusa da sabedoria e conhecimento; Plutão, dos mortos, do mundo subterrâneo; Juno, rainha dos deuses, era a protetora dos matrimônios e das famílias, e dos partos; Diana, deusa da caça, castidade, animais selvagens e luz, ela "obteve de seu pai a permissão para sempre permanecer casta", isto é, virgem; Ceres, deusa da colheita, agricultura; Mercúrio era mensageiro dos deuses e protetor dos comerciante.

Quando Constantino agregou o Deus dos Judeus (e dos cristãos) aos seus "deuses", uma parte da liderança religiosa cristã aceitou isso de bom grado, porém grande parte da Igreja Cristã considerou esse fato um insulto a Deus, e perseguições surgiram aos que não aceitaram a decisão daquele imperador. A Igreja se divide.  A parte que se aliou ao imperador persegue a parte dissidente (ou a parte "protestante" da época), porque se recusara adorar Deus junto com os "deuses" romanos, que nada mais eram do que humanos divinizados (todas as divindades romanas tinham forma de pessoas, porém com "atributos" divinos).

Depois dessa divisão da Igreja a ala "cristã romana" promove adaptações à novel religião do Império Romano, rebaixando os "deuses" a outra categoria "divina", para não serem mais invocados como "deuses", designação que se tornara incompatível com a nova fé sincrética e politeísta praticadas pelos "novos cristãos romanos". Os nomes dos "deuses" também foram alterados, mas com as mesmas atribuições. Essa prática se desenvolveu ao longo do tempo, tendo alcançado nossa época, basta ver a quem são atribuídas honras em cultos comemorativos de colheitas, de proteção a cidades, casamentos, trabalhos, profissões e o mais. Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim. 

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Humanos Divinizados – parte 3

No texto anterior mencionei que tendo Deus feito o homem a Sua imagem (Gênesis 1:27), seria Ele a fazer imagens vivas de Si mesmo em cada ser humano, não fosse o pecado do primeiro casal (Adão e Eva) levar humanidade toda a perder a imagem do Criador. Mencionei também que o homem, para saciar seu vazio, passou a fabricar seus próprios "deuses" e a representá-los em estátuas de ouro, prata, pedra, madeira e outros materiais, que nada veem, nada ouvem, não cheiram e nem falam (Salmo 113:12-15, Ave). Ainda, referi que os judeus ["autores intelectuais" da Bíblia] nunca fabricaram estátuas que representassem o Senhor Deus.

A fabricação de "deuses" de estátuas nada mais é do que pretender "divinizar" personalidades que viveram entre nós, de modo a incutir no consciente coletivo que determinadas pessoas são "deuses", ou tornaram-se divinas após a morte, por conta de suas vidas santas e piedosas, e assim adquiriram poderes miraculosos que lhes capacitam interceder e intervir na vida de seus adoradores. Isto é um tipo de idolatria: criação de ídolos humanos para receberem adoração, honra e glória como se fossem "deuses". Aqui cabe, perfeitamente, o pensamento ateísta de que não fora um deus o criador dos homens, mas os homens os criadores de deuses.

Como mencionado, os judeus nunca fizeram imagem alguma de Deus. Porém por muitos anos e por diversas vezes tornaram-se politeístas e veneraram estátuas de "deuses" de outros povos, e prestaram culto a elas, ao invés de adorarem exclusivamente ao único Deus; repartiram a adoração devida a Deus com outros "deuses", contrariando as Escrituras que dizem: "Eu sou o Senhor, esse é meu nome, a ninguém cederei minha glória, nem a ídolos minha honra" (Isaías 42:8, Ave).

E em todas as vezes que agiram assim, sofreram danosas consequências: foram atingidos por pestes, passaram fome e sede, tornaram-se escravos de outras nações, a corrupção dominou seus líderes políticos e religiosos (e qualquer semelhança com nossa realidade não é mera coincidência). De outro lado, toda vez que se arrependeram, com confissão individual do pecado da idolatria (adoração a outros "deuses"), o Senhor Deus restaurou-lhes como nação.

Em relação à fé genuinamente cristã a Bíblia esclarece que Jesus Cristo se apresenta como nosso único intercessor ante a face de Deus (Hebreus 9:24), o que é reforçado pelo apóstolo João: "Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo" (1João 2:1). Jesus não é um humano divinizado, senão o próprio Deus que se fez homem. E sendo Ele Deus vindo à terra (João 1:1; 1João 5:20), o homem está proibido de fazer-Lhe imagens. O que passar disso ou é distorção dolosa da Palavra ou é má interpretação das Sagradas Escrituras. Honras e glórias a Jesus Cristo, e críticas a mim.

Antônio Marcos Penna Borges, cristão.