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quinta-feira, 29 de março de 2012

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (13/13)

13     RETORNANDO AO CERCO DE JERICÓ, PARA CONCLUIR


Na Religião Perfeita não consta nenhum ritual – ou campanhas – a ser praticado com o propósito de mover Deus a derrubar muralhas de problemas individuais. Cabe destacar que muitos problemas são criados exclusivamente pela própria pessoa, sem consulta prévia a Deus, e que depois se apega a qualquer prática religiosa, ofertada por líderes de sua confiança ou que lhe foram indicados, em busca de solução.

Todavia, o maior de todos os problemas não pode ser solucionado por meio de práticas religiosas desvirtuadas do Evangelho, que é o problema do pecado.
O problema do pecado é que ele separa o homem de Deus. Como todos nascemos contaminados pelo pecado, toda religião elaborada pelo homem também já nasce contaminada. É por isso que existem disputas religiosas: Porque todas estão contaminadas pelo pecado. Todas as religiões humanas se afirmam certas, e é por isso que estão erradas.

Apenas o verdadeiro Evangelho tem o poder de Deus para resolver o problema do pecado, eliminando-o do ser humano, e fazendo a perfeita religação a Deus.
Como em Jericó Deus derrubou a muralhas para o seu povo tomar a cidade, assim Ele também derruba as muralhas do pecado para tomar o homem novamente a si, por meio de Jesus Cristo.

Através da nossa morte e ressurreição juntamente com Jesus Cristo, o Senhor Deus nos purifica de todos os pecados, vale dizer, Ele nos torna santos pelo novo nascimento. Deixamos de ter a natureza pecadora, deixamos de viver na prática cotidiana do pecado, isso porque o corpo do pecado foi destruído na Cruz do Calvário. Isso não significa que nunca mais iremos pecar, apenas que não vivemos mais pecando. É lógico que poderemos cometer pecados, e foi para isso mesmo que o Senhor Deus inspirou o apóstolo João a escrever a seguinte sentença: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1ª João 2:1, sem o grifo). Pela Palavra, quem pecar tem um Advogado junto ao Pai, e não uma advogada como ensinam por aí. Se alguém pecar deve se arrepender e, em oração, pedir a intercessão de Jesus Cristo, e apenas Dele, para advogar nosso arrependimento junto ao Pai.

Uma vez que Deus derruba a muralha do pecado para se religar a ti, tendo você confessado a Jesus Cristo como teu único e suficiente Senhor e Salvador, mediante a compreensão do Evangelho, deve você permanecer livre do anátema, livre do amaldiçoado para que a presença de Deus permaneça contigo, dando-te as estratégias e forças para vencer as próximas batalhas.

Na tua nova vida poderão surgir inúmeras outras muralhas, mas nem todas Deus irá derrubar. No entanto, tenha certeza que Ele sempre te dará as condições de escalar algumas, furar outras, passar por baixo de tantas, e em outras simplesmente Ele te dirá para contorná-las. É importante reforçar que em todas elas você deve estar livre do amaldiçoado, ou seja, toda tua conduta deve estar inume às doutrinas religiosas misturadas com o Evangelho.

Por isso, quando no meio religioso que você frequenta, surgirem campanhas dirigidas a Deus, primeiramente pergunte ao seu sacerdote (padre, pastor, líder religioso) se tal campanha está conforme a Palavra de Deus; peça-lhe explicações quanto ao contexto no qual está baseada a dita campanha e, acima de tudo, tenha bom ânimo de pesquisar a respeito na Palavra de Deus. 

Seja Diligente! (1) Afinal de contas, são a tua vida presente e a tua vida eterna que estão em jogo, e não as do teu líder espiritual. Eu mesmo, ao longo de quinze anos de nova vida em Jesus, presenciei inúmeras campanhas sem nenhuma base bíblica, promovidas, inclusive, por renomados líderes “evangélicos”. A atual “Marcha para Jesus” é uma delas.

Lembre-se: o diabo enganou o homem no Jardim do Éden, para lhe roubar a vida eterna, e vem enganando a humanidade desde então. Será que você também não está sendo enganado por ele, aceitando várias doutrinas religiosas embutidas em uma só, e com isso, perdendo de receber de volta a tua vida eterna? Pense nisso.

Amém, para glória do nome de Jesus Cristo.

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(1) "E logo, de noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; tendo eles ali chegado, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim”. (Atos dos Apóstolos 17:10-11).

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (12/13)

12    A PERFEITA RELIGIÃO NÃO POSSUI TEMPLOS CONSTRUÍDOS POR MÃOS HUMANAS

“Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta”. (Atos 7:48).
Não vamos encontrar nenhuma passagem nas Sagradas Escrituras fazendo menção a alguma ordem de Jesus Cristo para seus apóstolos e discípulos construírem templos, com o propósito de neles ministrarem sua doutrina. A Religião Verdadeira é sem templos materiais (locais de celebrações religiosas), apenas templos de carne e osso, “Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possui da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1ª Coríntios 6:19).

Templos de pedra ou de tijolos apresentam uma hierarquia funcional entre os seus membros, dotando um pequeno grupo com poderes mais especiais sobre os demais, inclusive sobre o destino de suas almas no pós-morte, para o que inventam rituais fantasiosos, pelos quais afirmam que as almas devem permanecer por certo tempo num certo lugar, e de lá saírem para o céu geralmente depois que seus parentes vivos pratiquem certos rituais ou façam oferendas.

Templos de pedra ou de tijolos demandam recursos financeiros para abrigar suas respectivas instituições religiosas, e para isso impõem aos fiéis o dever de contribuição, mediante ofertas, dízimos, e outras formas de arrecadação por inúmeras campanhas, além da prestação de serviços “voluntários” para não pagarem as devidas remunerações. Tudo isso com enorme peso de consciência àqueles que não agem do modo como seus líderes querem.

Templos de pedras ou tijolos representam lugares onde são ministradas diversas doutrinas religiosas, por meio de variados rituais litúrgicos, muitos dos quais sendo uma mistura de outros rituais, com ênfase aos dogmas das respectivas instituições religiosas em detrimento dos verdadeiros dogmas da Perfeita Religião, em total prejuízo ao genuíno Evangelho de Jesus Cristo.

Doutrinas religiosas elaboradas por homens e praticadas em templos de pedras ou de tijolos, não transformam pessoas em templos de habitação do Espírito Santo, embora seus pregadores afirmem o contrário. Apenas a Sã Doutrina tem a capacidade, o poder de transformar simples seres humanos em lugar onde a presença de Deus se faz constante, por meio da manifestação do Espírito Santo, verdadeiros templos espirituais.

Quando a pessoa inicia o seu processo de novo nascimento, por meio do arrependimento dos seus pecados cometidos, o Espírito Santo vê-se na liberdade de ministrar a ela o perdão ofertado por Jesus Cristo. Cada ser humano nascido de novo é um templo de habitação do Espírito Santo.

O cuidado aqui é não confundir Sã Doutrina com outras “sãs doutrinas” infirmadas por homens. Um exemplo de doutrina religiosa elaborada por homens é a que afirma que todos nós somos filhos de Deus. Essa doutrina é contrária à Palavra de Deus. Veja o que está escrito no Evangelho de João, 1:12: “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”. Na Carta aos Gálatas, cap. 3:26, o apóstolo Paulo escreveu “Pois todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus”. E na Carta aos Efésios o mesmo apóstolo reforça essa doutrina, afirmando que o Senhor Deus “nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo” (Efésios 1:5).

O próprio Senhor Jesus determinou sua grande comissão para os discípulos irem pregar o Evangelho a toda a criatura (Marcos, 16:15), e o apóstolo Paulo reforçou que o Evangelho foi pregado a toda a criatura que há debaixo do céu (Colossenses 1:23).

Para ser filho de Deus é preciso receber a Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador. De outro modo, significa dizer que enquanto isso não acontece, todos são criaturas de Deus, mas não seus filhos.

Todos os seres humanos nascidos no pecado são criaturas de Deus. Para que haja filhos de Deus, é necessário que o genuíno Evangelho seja pregado a todas as criaturas, isto é, a todos os seres humanos, para que esses, mediante a fé, se arrependam e aceitem, recebam Jesus Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador, renunciando a tudo que aprenderam contrário ao Evangelho do novo nascimento.

Por fim, templos de pedra ou tijolos têm suas pregações e respectivas doutrinas religiosas fixadas em lugares determinados, onde as criaturas são convidadas a adentrarem para serem ministradas. Já os pregadores de Jesus Cristos devem sair ao encontro das criaturas, para lhes pregar o verdadeiro Evangelho.

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (11/13)

11    APRENDENDO A RESPEITO DA PERFEITA RELIGIÃO DE DEUS


“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6). 


Caminho representa trajeto que liga um ponto a outro. Nesse sentido, Jesus é o caminho que religa Deus ao homem. É por ele que deve andar todo aquele que pretende ser religado a Deus, partindo do seu ponto inicial em direção ao ponto final, que é o próprio Deus.

Como percorrer esse caminho, chamado Jesus Cristo, para se religar a Deus? Como é o processo pelo qual Jesus religa Deus a nós?

Pelos princípios espirituais, o homem nasce morto, isto é, separado de Deus, porque traz consigo a mácula do pecado. Na Palavra está escrito: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). E Romanos 5:12 afirma que todos pecaram.

Quem nasce morto tem a necessidade de nascer de novo. Em vista dessa necessidade foi que Jesus Cristo mencionou ao intelectual Nicodemos a respeito do novo nascimento. Afirmou o Mestre:
“Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo. (João 3: 3-7)”.

Repare na necessidade de se nascer de novo: só quem nascer novamente, não da carne, mas do Espírito, isto é, nascer do alto, pode ver o reino de Deus.

Uma vez que nascemos mortos espiritualmente, porque nascemos da carne, é necessário que essa mesma carne seja morta. É necessário que morramos para nós mesmos, para que possamos nascer de novo, no Espírito. Devemos morrer essa vida de pecado para nascermos novamente.

Aqui surge outra pergunta: como é que matamos a carne? O matar a carne não nos cabe. Tratando-se da religião perfeita, é Deus quem toma a atitude de matá-la, e isso Ele já providenciou por meio da morte de Jesus Cristo na Cruz do Calvário.

Todos nós, bem ou mal, aprendemos que Jesus Cristo morreu para pagar os nossos pecados. Isso é verdade, mas não é toda a verdade. O restante dela não é bem esclarecido, sabe-se lá por que razões. Significa, então, que nos ensinaram meia-verdade e preencheram o resto dela com qualquer outra coisa. Uma vez que meia-verdade não existe, o “todo” que nos ensinaram pode ser uma “bela” mentira.

Então, onde na Palavra está escrito que Jesus morreu pelos nossos pecados? Na 1ª Carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 15, versículo 3, consta assim: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras”. Também está escrito na 1ª Carta de Pedro, cap. 3:18: “Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito”.

A próxima pergunta é: onde está escrito sobre a nossa morte ou a morte da nossa carne? Na 2ª Carta de Paulo aos Coríntios, no cap. 5:14, o Apóstolo escreveu: “Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram”. Jesus Cristo morreu por todos nós, logo nós também morremos. Ele morreu crucificado. Na cruz onde pregaram Jesus Cristo, nós também fomos pregados. Como é? Isso mesmo, você também foi pregado na mesma cruz de Jesus, junto com Ele, conforme a seguinte passagem: “sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado” (Romanos 6:6).

Viu só! Segundo as Escrituras, você, assim como eu e outras tantas pessoas, foi crucificado com Jesus Cristo. Naquela Cruz você morreu para ficar livre do pecado. Isso aconteceu conforme foi dito pelo próprio Senhor Jesus: “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. E dizia isto, significando de que morte havia de morrer” (João 12:32-33). Jesus Cristo te atraiu naquela Cruz para você morrer com Ele.

Uma vez que você morreu com Jesus, outra coisa não resta senão ir para a sepultura. E você foi para lá, acompanhado de Jesus Cristo. Veja como está escrito: “Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Romanos 6:4). Além do nosso sepultamento com ele, essa passagem também afirma que devemos andar em novidade de vida, isto é, vida nova pelo novo nascimento.

Mas se nascemos mortos espiritualmente, e agora estamos com o nosso corpo também morto, como é que poderemos viver em novidade de vida? A resposta é simples, clara, direta e objetiva: “e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus” (Efésios 2:6). A seguinte passagem da Carta de Paulo aos Colossenses, cap. 2:12, é bastante elucidativa: “tendo sido sepultados com ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos”.

Crucificado com Cristo, morto e sepultado com Ele, e ressuscitado juntamente com Ele, tudo isso pela fé no poder de Deus. Nada é pela fé no homem ou nas religiões que esse inventou. Todavia, naquela cruz somente o sangue de Jesus Cristo é que foi derramado para nos justificar de todos os pecados.

As Escrituras afirmam que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 6:23). Esse dom de Deus é traduzido por amor para salvar todas as almas da morte, e restituir a vida eterna ao ser humano que crer: “Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Romanos 5:8-9). Também está escrito: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

Quem não crer, permanece na ira de Deus, debaixo de maldição. Mantém-se sob o anátema.

É oportuno esclarecer que o novo nascimento deve ser precedido do arrependimento. Jesus Cristo inicia seu ministério público com as seguintes palavras: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus”, conforme está escrito em Mateus 4:17.

Eis aí a perfeita religião elaborada por Deus para nos livrar do anátema. Eis o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo.

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (10/13)

10   JESUS CRISTO: A RELIGIÃO PERFEITA DE DEUS

A desobediência de Adão, que para Deus foi uma ofensa, introduziu a morte no mundo, primeiro separando o homem de Deus, depois a alma do corpo. A ofensa de Adão foi transmitida a toda raça humana, de modo que todos nós já nascemos com o pecado, isto é, nascemos separados de Deus primeiramente, e teremos a alma separada do corpo, futuramente.Para restaurar seu projeto original, o Senhor Deus providenciou, em primeiro lugar, sua religação ao homem, deixando a religação da alma ao corpo para um segundo e derradeiro momento, a acontecer como descrito no Livro de Apocalipse.


Para se religar ao homem, por sua abundante graça, Deus promoveu a vinda à terra do seu Filho Unigênito. E é só por Esse que ocorre a perfeita religião. “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Romanos 5:17). Aquele cordeiro que Deus matou no Jardim do Éden, derramando o seu sangue e tirando-lhe a pele para se religar ao homem, é figura do próprio Senhor Jesus Cristo, que derramou o seu sangue na Cruz do Calvário para nos religar ao Senhor Deus.


Antes de Jesus, a morte reinava. Depois Dele, reinam somente aqueles que recebem sua graça mediante a fé. Receber a graça é ato voluntário, consciente, implicando que todo ser humano é livre para rejeitá-la, caso queira permanecer vivendo separado de Deus.


Romanos 5:12 afirma, categoricamente: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”. A morte, a separação da criatura de seu Criador, passou a todos os homens. Agora, caso queira, caso tenha vontade, cabe a cada um de todos os homens receber a graça, de graça, sem custo algum da religação de Deus por Esse ofertada através de Jesus Cristo, unicamente, isto é, sem ajuda de intermediários ou outras espécies de intercessores espirituais.


Os atos de manifestação de vontade são exteriorizados por meio de algum tipo de sinal que os identifique. Por exemplo, a sua assinatura em um documento é sinal que você concorda com o que ali está escrito. O ato de receber a religião de Deus também é exteriorizado por meio de um sinal que o identifica, que recebe o nome de batismo.

Considerando-se que o receber a graça de Deus é uma espécie de ato voluntário do homem que se exterioriza pelo batismo, esse ato não pode ser praticado por quem ainda não tem consciência de seus atos. É por isso que não se deve batizar crianças, pois essas não têm a menor ideia do que estejam fazendo, ou melhor, do que estão fazendo com elas ao lhes derramarem água em suas cabeças.

Somente pessoas capazes podem ser batizadas, pois possuem consciência de seus atos. Todavia, para que tenham consciência do que seja receber a graça de Deus e se decidam pelo batismo, é condição mais que necessária entenderem como devem agir para receberem a graça de Deus, ofertada por Jesus Cristo.

Imagine que alguém lhe ofereça à venda um imóvel bem localizado, por um ótimo preço, mas todo enrolado, com IPTU atrasado, cheio de multas, com problemas de escritura, sem lhe contar desses problemas. Você provavelmente se interessaria por esse imóvel. Agora imagine-se comprando o imóvel: quando você descobrisse os problemas, sua primeira reação seria a de querer desmanchar o negócio, devolvendo o imóvel ao vendedor e recebendo de volta o dinheiro pago. Mas se não conseguir desmanchar o negócio, você vai ter que suportar todos os prejuízos, com o risco de perder o imóvel e sem ver a cor do dinheiro de volta.

De outro lado, caso o imóvel não tenha nenhum problema, você poderá comprá-lo tranquilamente. Mas a compra só será válida se você estiver em pleno gozo de suas faculdades mentais, isto é, você terá que estar em sua plena capacidade para assumir o compromisso.

Com o ato do batismo dá-se o mesmo: você só poderá praticá-lo tendo plena consciência do que está fazendo, do contrário poderá estar comprando um imóvel cheio de problemas. Para que tenha plena consciência do batismo, é preciso antes que você o conheça. O batismo precisa ser apresentado a você.

Todo esse assunto sobre o batismo só para ressaltar que a graça de Deus religa o homem a Si, única e exclusivamente por meio de Jesus Cristo. Essa religião depende da manifestação de vontade do homem no sentido de aceitá-la, e uma vez aceita, o homem recebe o batismo como sinal exterior que identifica essa vontade.

Gosto de comparar o batismo a uma cerimônia de formatura. Em si mesma, a formatura representa um sinal exterior de que as pessoas, que estão se formando, passaram por um processo de aprendizado, aprenderam o que lhes foi ensinado e por isso estão ali, se formando. Por sua vez o batismo demonstra que a alguém foi ensinado sobre a obra redentora (o Evangelho) que Jesus Cristo realizou para religar Deus ao homem, que esse alguém aprendeu a respeito dessa obra e a aceitou.

É basicamente isso que sucedeu a certo homem culto que servia à rainha dos etíopes no princípio da Igreja. De acordo com o que está relatado no Livro de Atos, no cap. 8:26-38 (1), um etíope eunuco ia de viagem lendo uma passagem do Livro do Profeta Isaías, que falava de Jesus Cristo, mas sem entender o que lia. Mesmo sendo um homem bastante culto, o eunuco não entendia o que lia, por isso pediu explicações a Felipe. Após entender que o assunto que ele vinha lendo se referia à obra redentora realizada por Jesus Cristo, pediu para ser batizado. Felipe então lhe esclareceu que para ser batizado era necessário crer de todo o coração. Respondendo o eunuco, disse que cria que Jesus Cristo é o filho de Deus, e foi batizado.

Agora vem uma pergunta: se nem mesmo um homem culto, por seus próprios conhecimentos, entendia a respeito da obra redentora de Jesus, será que um recém-nascido poderá entender? Você, caro leitor, quando foi batizado ainda bebê de colo, entendia?

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(1) Mas um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai em direção do sul pelo caminho que desce de Jerusalém a Gaza, o qual está deserto. E levantou-se e foi; e eis que um etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adorar, regressava e, sentado no seu carro, lia o profeta Isaías. Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. E correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes, porventura, o que estás lendo? Ele respondeu: Pois como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse. Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como a ovelha ao matadouro, e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim ele não abre a sua boca. Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento; quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra. Respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro? Então Filipe tomou a palavra e, começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus. E indo eles caminhando, chegaram a um lugar onde havia água,
e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? [E disse Felipe: é lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.] mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e Filipe o batizou (Atos 8:26-38).

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (9/13)

8   TODO ANÁTEMA É DESTRUÍDO E TODO ARREPENDIDO É CONSERVADO VIVO


Raabe e sua família foram retirados de Jericó e colocados à parte do arraial de Israel. Mais adiante a Palavra de Deus afirma que eles permaneceram habitando no meio da nação israelita. O mesmo não aconteceu com o israelita Acã, que foi morto, ele e sua família, e tudo o que era seu foi totalmente destruído, incluindo-se os produtos do furto. Observe que até a prata e o ouro furtados, que antes do furto deveriam ser destinados aos tesouros do Senhor, também foram destruídos, em vista de terem sido contaminados. E tudo o que é contaminado não entra e não permanece nos tesouros do Senhor.

Acã, que antes da batalha havia se purificado mediante o ato de circuncisão, tornando-se apto para enfrentar com seus companheiros os inimigos jericoítas, não permaneceu puro, tornou-se anátema ao desobedecer às ordens do Senhor. Em razão de sua desobediência, tanto ele como sua família foram mortos, e todos os seus pertences destruídos. Além disso, sua desobediência fez com que a nação de Israel perdesse uma batalha que desde o início já parecia ganha, na qual foram mortos trinta e seis soldados.

Agora, com Raabe ocorreu o contrário. Antes da batalha ela, sua família, bem como todos os seus pertences estavam amaldiçoados em relação aos princípios e às normas do Senhor. A chegada dos espias foi determinante para ela cair em si e reconhecer que o Senhor Deus estava a favor do povo deles, ou seja, se Deus era a favor daquele povo, logicamente que estava contra toda a população de Jericó. Diante dessa constatação, ela não perdeu tempo: Traindo sua pátria e seu sistema religioso, fez aliança com o povo inimigo para ter sua vida salva e também a dos seus parentes; depois, fez uma aliança com o Deus daquele povo que, de inimigo, passou a ser seu amigo; na verdade, ao fazer aliança com Deus, ela passou a fazer parte da família Dele.

Na vigência das regras do Velho Testamento, todo anátema deveria ser destruído em se tratando de objetos e morto, quando se tratasse de pessoas. Como já visto, anátema é pecado e esse faz separação entre Deus e o homem, conforme as Escrituras: “Mas as vossas iniquidades [= pecados] fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” (Isaías 59:2). E as mesmas Escrituras também afirmam que a pessoa que pecar, morrerá: “Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma [= pessoa] que pecar, essa morrerá”(Ezequiel 18:4).

Está escrito também que todos pecaram (Romanos 5.12). Quando a Bíblia afirma que todos pecaram, é porque todos pecaram, sem nenhuma exceção. E nesses “todos” pecadores estão incluídos todos os nascidos de mulher, mediante a fecundação pelo método natural do sexo com um homem. Jesus Cristo não está incluído nesse rol de homens pecadores, porque seu nascimento não decorreu de relação sexual entre homem e mulher. Ele não pecou e não conheceu o pecado porque o pecado não lhe foi transmitido na fecundação através do sêmen. Sua fecundação se deu pelo poder do Espírito Santo.

Na época do Velho Testamento todos deveriam morrer porque todos pecaram. Mas como as misericórdias do Senhor, que não têm fim, são a razão pela qual não somos consumidos (Lamentações de Jeremias 3:22), e elas precedem ao juízo [triunfam sobre o juízo] (Tiago 2:13), o Senhor Deus providenciou o meio pelo qual salvaria da morte os pecadores dentre o seu povo, mediante a intercessão de sacerdotes: “E o sacerdote fará expiação pela pessoa que pecou, quando pecar por ignorância, perante o SENHOR, fazendo expiação por ela, e lhe será perdoado” (Números 15:28).


9    A ORIGEM E O FIM DO PECADO

Afirmam as Sagradas Escrituras que o pecado entrou no mundo por um só homem (Romanos 5.12). Esse homem era Adão, que desobedeceu a única proibição que o Senhor havia colocado como regra no Jardim do Éden, comendo do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. O homem, quando ainda conservava a imagem e semelhança de Deus, não sabia diferenciar o bem do mal; para ele tudo estava certo, tanto que andava nu e não se envergonhava disso. Mas o pecado “abriu os olhos do homem” e ele percebeu que estava nu, o que o levou a se esconder do Senhor Deus e ainda por cima, cobrir-se com folha de figueira. Nascia aí a primeira religião, feita pelo homem, usando de sua inteligência, sua “capacidade” de discernir o bem do mal.

Ele sabia que sua desobediência havia causado o pecado, e que o pecado o levaria à morte (morte, aqui, com o significado de separação eterna de Deus). O pecado desligou o homem de Deus.

Para não viver nessa condição de desligado para sempre de Deus, o homem inventou o primeiro método de se religar ao Senhor, a primeira religião. Ele deve ter pensado o seguinte: “Dei ouvidos ao diabo e agora estou ferrado! Assim que o Senhor Deus vier aqui, no entardecer de hoje, vai perceber que eu o desobedeci e por isso me separei Dele. E agora, o que fazer? Já sei: para me manter ligado a Ele, vou cobrir minha nudez com estas folhas de figueira, e Deus vai me ver vestido, e desse modo me mantenho ligado ao Criador”. E assim fez.

Entretanto, Adão não contava com a sabedoria de Deus, que desde a eternidade já sabia o que o homem haveria de fazer. Como se o ser humano pudesse esconder algo de Deus!
Naquele momento da história do homem, Deus elabora a sua religião: matou um cordeiro, tirou-lhe a pele e fez dela uma túnica para o homem, e assim criava a segunda religião, a perfeita.

O termo “religião” é derivado do latim, com o significado de religar, tornar a ligar. Ora, para que algo possa ser “religado”, é necessário que primeiramente ele estivesse ligado, fosse então desligado, para tornar a ser ligado. Isto é religar: ligar o que esteve ligado e foi desligado.

O homem foi feito ligado a Deus, e Dele se desligou logo após. Mas Deus providenciou o meio adequado para Ele se religar ao homem. Ele nem se importou com o método criado por Adão. Um detalhe importante: pelo método de Deus é Ele que toma a atitude de se religar ao homem; é Dele toda a ação; Ele foi o agente ativo; Ele que praticou o ato de religar. O homem foi o agente passivo, quem recebeu a ação religadora de Deus.

Deus está agindo sempre para se religar ao homem, para se religar a você. Por sua vez, o homem que deseja ser religado a Deus, deve permanecer passivo, inerte; ele não deve tentar se religar a Deus utilizando-se de seus métodos falhos.
Uma pergunta: O que dura mais, a folha da figueira arrancada da árvore ou a pele de um animal? Parece-me que a resposta é óbvia: a pele dura muito mais que a folha arrancada da árvore. Daria para se dizer que a pele dura pra sempre, comparando-a com a folha.

Agora imagine a hipótese de o homem rejeitar a religião criada por Deus para se sujeitar à sua. Imagine que ele tirasse a túnica feita de pele de cordeiro para usar sua sunga feita da folha da oliveira. Logo que a folha murchasse ele seria obrigado a arrancar outra para fazer nova sunga, até que essa também murchasse, obrigando o homem a arrancar outra folha para confeccionar nova sunga, e assim sucessivamente. Enquanto isso a túnica confeccionada por Deus estaria lá, jogada num canto qualquer.
Cada folha arrancada representa uma nova religião que o homem inventa, utilizando-se dos seus métodos, dos seus esforços, dos seus méritos para tentar se religar a Deus. E com isso ele deixa atirada num lugar qualquer de sua vida a perfeita religião de Deus.

Assim, quanto à origem, podemos classificar as religiões existentes no mundo de hoje - e de outrora - de dois modos: 1) feitas pelos homens, em quantidade incontável; e 2) feita por Deus, apenas uma.

Deus precisou matar um cordeiro, derramar seu sangue e tirar-lhe a pele para encobrir o pecado do homem, e assim se religar a esse. Porém a consequência mais grave o homem teve de suportar: passar pela morte física após determinado tempo de existência, o que não era o desejo de Deus ao fazê-lo à sua imagem e semelhança. No projeto original, depois de ser criado, o homem deveria viver para sempre, e sempre ligado ao seu Criador. Mas o pecado modificou esse projeto, para colocar um tempo finito de vida no ser humano.

É por isso que todo homem não quer morrer. É que lá no seu DNA consta a informação de que ele nasceu para viver para sempre; mas consta também a informação do pecado, indicando um ponto final em sua vida.

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (8/13)

7     AS BATALHAS CONTRA JERICÓ E CONTRA AI 

Na última volta, no último dia, após percorrer cerca de cinquenta e seis quilômetros (1), ao sonido prolongado das sete trombetas, as muralhas de Jericó caem e os Hebreus invadem a cidade, com a missão de destruir completamente os habitantes, poupando apenas a família de Raabe. Os dois espias, em cumprimento à parte deles no acordo, retiraram Raabe e sua família da batalha, levando-as para fora do arraial de Israel. Isso é muito importante! Por que Raabe e sua família ficaram fora do arraial de Israel? Para entrar no arraial (naquelas circunstâncias, seria o mesmo que entrar na nação de Israel), eles deveriam antes de tudo aderir às regras daquele povo para serem aceitos. Uma coisa é serem poupados da matança em Jericó; outra é cumprirem as exigências legais dos Israelitas para serem aceitos por eles.
Assim também é na vida com Deus: uma situação é Ele nos livrar da morte, ante o arrependimento das práticas politeístas; outra é cumprir as regras espirituais para ser aceito no Reino.

Durante a batalha todo o tesouro encontrado deveria ser preservado para o Senhor, enquanto tudo o que representasse anátema estava destinado à destruição. Contudo, infelizmente parece que sempre tem um cidadão que não entende direito a mensagem, e também não pede para que alguém a desenhe para ele. Durante a batalha, Acã, descendente da tribo de Judá, vendo os despojos de guerra, cobiçou uma boa capa babilônica, duzentos siclos de prata e uma cunha de ouro. Ele deve ter pensado assim: “ora, que são esses despojos comparados à quantidade já arrecadada? Ninguém deve tê-los vistos, então vou pegá-los para mim”. (Isso não está na Bíblia, é mera conjectura). Acã não se guardou do anátema, e ainda por cima, furtou a Deus. Toda a prata, e o ouro, e os vasos de metais que fossem encontrados em Jericó eram para ser consagrados ao Senhor, para o seu tesouro (Josué 6.19). A cunha de ouro e os duzentos siclos de prata que Acã pegou para si, deveriam ser entregues ao tesouro do Senhor.

A maldição de Acã recaiu sobre si e sua conduta foi descoberta. No cap. 7:13, o Senhor disse: “Anátema há no meio de ti, Israel”. O ouro, prata e vasos de metais não eram amaldiçoados aos olhos do Senhor, porque se fossem não iriam para o seu tesouro. Deus não aceita e não quer nada que seja amaldiçoado. (Logicamente que o tesouro não seria usufruído por Deus, senão pelo seu povo. O verdadeiro tesouro de Deus é o seu povo: “Porque o SENHOR escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu próprio tesouro” - Salmo 135:4). Significa dizer que Deus jamais irá desejar que o seu povo possua algo que seja amaldiçoado.

Mas e a capa babilônica? Na Bíblia, capa tem o significado de proteção contra o pecado, de esconder o pecado dos olhos de Deus. Foi assim com Adão, com Noé. Com a capa babilônica Acã tinha em mente esconder o seu pecado de desobediência a uma ordem divina. E todo pecado não passa de simples desobediência a uma ordem de Deus, e não há nada encoberto que não venha a ser revelado (Mateus, 10:26; Marcos 4:22; Lucas 12:2).

Toda vez que o homem desobedece a uma ordem de Deus, no fundo ele está dizendo a si mesmo: ”eu faço e sigo apenas as 'minhas' ordens; se essas estiverem conforme as de Deus, muito bem para Ele; se não, muito bem para mim”. Acã seguiu suas “próprias” normas em relação aos despojos de guerra, e com isso a nação inteira sofreu na primeira batalha seguinte à de Jericó, justamente contra uma cidadezinha, chamada Ai, onde os Israelitas foram guerrear com quantidade de homens bem inferior à que tinham empregados na batalha contra Jericó, e precisaram fugir depois da baixa de trinta e seis soldados.

Agora, por que você acha que as nações sofrem (com “nações” quero me referir a cada um dos habitantes de cada quadrante deste planeta, incluindo você)? Quantos Acãs seguem hoje suas “próprias” normas, ao invés de seguir às de Deus?

Na verdade, ninguém tem suas “próprias” normas, senão que todos somos induzidos a seguirem tais e quais normas. A indução começa na tenra infância, pela educação que recebemos de nossos pais, que receberam dos seus, e assim regressivamente até o primeiro ser da família. Depois, a indução é reforçada na escola, comunidade local, cidade, estado e país. Então, “nossas” normas são, na realidade, produto da educação que recebemos ao longo da vida, e o modo como a processamos, variando de intensidade, conforme o grau de confiança que temos nas pessoas que nos ensinam. Variam também de acordo com nosso comprometimento de mudar de ideia na medida em que percebemos que algumas normas recebidas não mais nos satisfazem, porque notamos que contradizem outras.

Em relação às normas religiosas, nossos pais foram os primeiros mestres a nos ensinar o que eles aprenderam dos seus pais (e eles são da nossa mais alta confiança, razão pela qual não lhes fazemos questionamentos quanto ao que está certo ou errado: vindo deles, “está tudo certo”). Posteriormente, o que nossos pais nos ensinaram é confirmado pelo grupo religioso frequentado por nossa família (sabe como é, né: meus pais eram dessa religião, eu também nasci nela e nela vou morrer, porque não quero e não vou mudar, e até porque o grupo religioso é liderado por sacerdotes de extrema confiança e não podem, nem devem ser questionados, pois isso seria coisa de herege, como também é coisa de herege frequentar ou conhecer outra religião, ou até mesmo ler a Palavra de Deus).
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(1) Segundo relatos, cada volta à Jericó tinha oito quilômetros.

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (7/13)

6    DEUSES EGÍPCIOS, GREGOS, ROMANOS E OS SANTOS CATÓLICOS


Dentre as instruções para a batalha de Jericó, havia a de que os hebreus não deveriam tocar no anátema, devendo guardar-se dele para não tornarem Israel maldito, amaldiçoado e ser destruído. No contexto da nação de Israel daquela época, o povo não deveria cultuar os deuses cultuados na terra de Canaã; ao contrário, a ordem divina era para destruir suas estátuas, queimar no fogo suas imagens de escultura, em atenção ao Primeiro dos Dez Mandamentos.

O sistema católico afirma que a proibição estava restrita à fabricação de estátuas dos deuses egípcios, pois se assim fizessem, estariam retornando ao cativeiro do Egito, à escravidão a que os deuses desse país haviam reduzido a nação de Israel por quatrocentos e tantos anos. Em vista dessa doutrina, cumpre-me listar alguns dos deuses egípcios, gregos e romanos, e confrontar suas funções com as que são atribuídas aos santos católicos, e deixar às conclusões de quem ler este trabalho, até mesmo porque as conclusões variarão conforme o grau cultural de quem ler essas linhas.

DEUSES EGÍPCIOS
Segundo a história contada, o Antigo Egito era politeísta. Com o passar dos tempos, a religião egípcia sofreu mutações, chegando a reconhecer a existência de um único deus, auxiliado, no entanto, por outras divindades menores.
“Antiga religião egípcia (ou mitologia egípcia) é o nome dado a religião praticada no antigo Egito desde o período pré-dinástico, a cerca de 3.000 anos a.C. até o surgimento do cristianismo. Inicialmente era uma religião politeísta por crer em várias divindades, como forças da natureza. Ao passar de séculos, a crença passou a ser mais diversificada, sendo considerada henoteísta, porque acreditava em uma divindade criadora do universo, tendo outras forças independentes, mas não iguais a este. Também pode ser considerada monoteísta, pois tinha a crença em um único deus, as outras divindades eram neteru (plural de neter), o que podem ser chamados de 'anjos de deus', o que seriam vários aspectos de um mesmo deus. A religião era praticada em templos e santuários domésticos. A religião ainda é praticada atualmente, porém com minorias. O kemetismo é uma reconstrução neopagã da religião ainda praticada atualmente. (in http://pt.wikipedia.org/wiki/Deuses_eg%C3%ADpcios, aos 2-7-2011, às 12h04).”

É oportuno destacar que a história egípcia publicada conta a tentativa de um faraó estabelecer o monoteísmo naquele país, conforme este trecho de artigo extraído da internet:
“Durante o governo de Amenófis IV (1353 a.C. – 1336 a.C.), a vida religiosa dos egípcios sofreu uma verdadeira revolução no momento em que o faraó tentou instituir o monoteísmo a toda a população. Buscando diminuir a influência política dos sacerdotes, este monarca reconhecia somente o deus Aton (divindade representativa do círculo solar) como o único deus a ser adorado. Apesar do grande impacto de sua imposição, o politeísmo logo foi restaurado com o fim de seu governo. (Por Rainer Sousa, Graduado em História. Equipe Brasil Escola - inhttp://www.brasilescola.com/historiag/religiosidade-egipcia.htm, em 03-7-2011, às 0h51).”

Dentre muitas mitologias egípcias, destaca-se a que narra a estória de Osíris, deus governador da terra que foi morto e esquartejado em quarenta pedaços pelo invejoso Seth, que teria espalhado os pedaços pelo deserto e no rio Nilo. Ísis teria conseguido encontrar os pedaços, exceto o pênis, que teria sido comido por três peixes. Osíris e Ísis teriam se unido em casamento, gerando um filho, chamado Hórus. Como a concepção deu-se sem o pênis de Osíris, teria surgido nesse ato a primeira ideia de “imaculada concepção”. Ísis tornou-se conhecida como “A Virgem”. O filho Hórus teria se vingado de Seth, mas na batalha teria perdido um olho, olho esse que ficou conhecido como o “olho de Hórus”, o símbolo de proteção daquela nação.

A mesma mitologia grega, contada de outro modo, também destaca a criação:
“De acordo com o relato egípcio da criação, no princípio só existia o oceano. Então Rá, o Sol, surgiu de um ovo (segundo outras versões de uma flor) que apareceu sobre a superfície da água. Rá deu à luz quatro filhos, os deuses Shu e Geb e as deusas Tefnet e Nut. Shu e Tefnet deram origem à atmosfera. Eles se serviram de Geb, que se converteu na terra, e elevaram Nut, que se converteu em céu. Rá regia todas as coisas. Geb e Nut posteriormente tiveram dois filhos, Set e Osíris, e duas filhas, Ísis e Néftis. Osíris sucedeu Rá como rei da terra ajudado por Ísis, sua esposa e irmã. Set odiava seu irmão e o matou. Ísis embalsamou o corpo do seu esposo com a ajuda do deus Anúbis, que desta forma tornou-se o deus do embalsamento. Os feitiços poderosos de Ísis ressuscitaram Osíris, que chegou a ser rei do mundo inferior, da terra dos mortos. Horus, filho de Osíris e Ísis, derrotou posteriormente Set em uma grande batalha tornando-se rei da terra. Desse mito da criação surgiu a concepção da eneada, grupo de nove divindades, e da tríade, formada por um pai, uma mãe e um filho divinos. Cada templo local tinha sua própria eneada e sua própria tríade. A eneada mais importante foi a de Rá com seus filhos e netos. (in http://www.historiadomundo.com.br/egipcia/
religiao-egipcia.htm, em 6-7-2011, às 0h37).”

A seguir segue relação de alguns deuses egípcios com um pouco de suas respectivas atribuições.
- Rá, o maior deles, o deus-sol.
- Amom era o deus da criação da vida, o deus dos deuses, o mais poderoso.
- Amom-Rá era o deus resultante da união, da fusão dos deuses Rá e Amom.
- Osíris, irmão e marido de Ísis e pai de Hórus, julgava os mortos na "Sala das Duas Verdades". Usava na cabeça uma mitra branca. Teria sofrido uma terrível morte pela qual assegura a felicidade eterna aos seus protegidos.
- Ísis escutava as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes. Era a deusa da maternidade e da fertilidade. Suas lágrimas teriam originado o rio Nilo.
- Seth era originalmente um deus bom, auxiliar de Rá, irmão de Osíris, e tornou-se espírito mal, deus da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes.
- Hórus carregava a chave da vida e da morte. Seria o terceiro deus da tríade: Osíris, Íris e Hórus. Teria sido concebido após a morte de seu pai, Osíris.
- Hátor era a deusa do céu e protetora das mulheres. Depois de Ísis era a mais venerada, deusa do amor e da alegria.
- Ptah fez os homens. Criou o mundo por sua palavra. Venerado pelos trabalhadores manuais, particularmente pelos ourives.
- Tuéris (Taueret) era a deusa-hipopótamo que protegia as mulheres grávidas e os nascimentos. Ela assegurava fertilidade e partos sem perigo.

Esses deuses e outros tantos aqui não relacionados tinham uma imagem de representação.

DEUSES GREGOS E ROMANOS
Entre os deuses gregos e romanos há, diria, uma perfeita simetria, variando apenas a nomenclatura de uma para outra nação. Eis alguns, extraídos do site http://www.historiadomundo.com.br/artigos/deuses-gregos-romanos.htm, em 6-7-2011, às 0h23:

Deus Grego
Deus Romano
Função ou Característica
Zeus
Júpiter
Pai dos deuses e dos homens, principal deus do Olimpo.
Cronos
Saturno
Deus do tempo, pai de Zeus. Pertencia à raça dos titãs.
Hera
Juno
Rainha dos deuses, esposa de Zeus.
Hefesto
Vulcano
Artista do Olimpo, fazia os raios que Zeus lançava sobre os mortais. Filho de Zeus e Hera.
Poseidon
Netuno
Senhor do oceano, irmão de Zeus.
Hades/Dis
Plutão
Senhor do reino dos mortos, irmão de Zeus.
Ares
Marte
Deus da guerra, filho de Zeus e Hera.
Apolo
Febo
Deus do sol, da arte de atirar com o arco, da música e da profecia. Filho de Zeus e Latona.
Artemis
Diana
Deusa da caça e da lua, irmã de Apolo.
Afrodite
Vênus
Deus da beleza e do amor, nasceu das espumas do mar.
Eros
Cupido
Deus do amor, filho de Vênus.
Palas
Minerva
Deusa da sabedoria, nasceu da cabeça de Zeus.
Hermes
Mercúrio
Deus da destreza e da habilidade, cultuado pelos comerciantes. Filho e mensageiro de Zeus.
Deméter
Ceres
Deusa da agricultura, filha de Cronos e Ops.




SANTOS CATÓLICOS
É impossível listar neste pequeno trabalho todos os nomes e funções dos ditos santos católicos. Entretanto, pode-se afirmar que todos obtiveram esse status em razão de suas vidas de santidade, devotadas ao próximo, em pobreza, a serviço do sistema católico, abnegados de si mesmos, e a quem foi atribuído alguma espécie de milagre (1). Por assim dizer, a espécie de milagre define a função do santo para quem o devoto deve dirigir a reza a fim de alcançar o mesmo milagre, isto é, a mesma graça.
A relação a seguir apresenta apenas alguns santos catalogados pelo sistema católico (2):
Bárbara: protetora contra tempestades e batalhas, ao menos é esse o significado que extraio da reza a ela dirigida(3).
Cosme e Damião: dizem ser os protetores das crianças, mas podem ser também dos médicos, de acordo com a reza (4).
A esses nomes seguem-se estes:
“Santos e santas de todos os tempos, rogai por nós!
São Martinho de Lima, protetor do povo da rua.
Santa Maria Eufrásia, protetora das mulheres pobres, marginalizadas e presas.
São João Eudes, defensor e protetor das mulheres prostituídas.
São Maximiliano Kolbe, preso e condenado a morte de sede e fome.
São Pedro Nolasco, defensor e protetor dos prisioneiros.
São Tomás Morus, mártir da verdade e dignidade humana.
Santa Edith Stein, mártir do povo perseguido e fiel a sua fé.
Santa Josefina Bakita, roubada de seu povo, escravizada e amorosa com as crianças.
D. Oscar Romero, assassinado no altar por defender os pobres e perseguidos.
Santo Dias da Silva, operário morto pela polícia durante greve em São Paulo.
Santa Catarina de Sena, analfabeta, doutora da Igreja, defensora e protetora dos doentes e encarcerados.
Enfim, tantos irmãos e irmãs nosso que fizeram de suas vidas a verdade das palavras do Senhor Jesus: 'Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus irmãos'. (Pe. Júlio Lancellotti, in Primeiro de novembro é o dia de todos os Santos, extraído do site http://www.oarcanjo.net/site/index.php/blog/todos-os-santos/, em 7-7-2011, à 1h38).”

Poderiam ser listados outros nomes de santos católicos, mas isso não seria útil. O ponto a se destacar aqui refere-se ao fato de existir ao menos um nome venerável, arrolado pelo sistema católico, para tratar de qualquer assunto pessoal. Desde livramento de dívida até para se encontrar objetos perdidos existe pelo menos um santo católico para atender aos pedidos de seus devotos.

Respeito tua conclusão, caro leitor. Mas quer me parecer que as funções dos antigos deuses egípcios, gregos e romanos foram assumidas pelos santos católicos. Seria o mesmo que dizer que esses realizam atividades antes afetas àqueles.

Atualmente, o sistema católico vem alertando seus fiéis contra a idolatria, com a seguinte distinção: adoração à imagem é diferente de veneração a ícone. A primeira caracteriza a idolatria, proibida pelas Sagradas Escrituras, pois seria colocar outro ser no lugar de Deus. A última, a veneração a ícone, é permitida, pois é a representação de alguém junto a Deus no céu, capaz de interceder pelo fiel. Todavia, uma análise mais atenta da Palavra de Deus em cotejo com as orações a tais ícones/santos vai revelar que tanto uma como outra é anátema, mas o magistério católico afirma que não. E o senhor Deus diz ao seu povo para se guardar do anátema.

Egípcios, gregos e romanos tinham deuses a quem dirigiam orações pedindo proteção para situações específicas. O mesmo fazem os fiéis católicos para os seus santos. Tanto os deuses egípcios, gregos e romanos como os santos católicos têm as mesmas atribuições auxiliares ao deus maior, sendo a mais importante, talvez, a de intercessores, quando não são eles mesmos, os santos, os próprios realizadores dos milagres. Como no Egito havia deuses adorados em determinados locais, e totalmente desconhecidos em outros dentro da mesma nação, assim é com a nação católica: tem santos venerados em determinados lugares que são totalmente desconhecidos em outros, ou têm os nomes adaptados aos lugares, o que facilita suas aceitações pelos fiéis locais.

Tudo isso é anátema diante das regras e princípios estabelecidos por Deus e revelados nas Sagradas Escrituras.

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(1) Ao menos é assim que a história nos foi transmitida pelos magistérios católicos.
(2) A adoração aos santos foi instituída no ano de 375 d.C., embora o sistema católico afirme terem sido encontradas imagens nas catacumbas de Roma, feitas pelos primeiros cristãos, todavia não há sinais de que eram adoradas.
(3) Oração a Santa Bárbara: Ó Santa Bárbara, que és mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei com que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura. Fica sempre a meu lado para que eu possa enfrentar, de fronte erguida e rosto sereno, todas as tempestades e batalhas de minha vida, principalmente a de (fazer o pedído), para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render Graças a Deus, críador do céu, da terra e da natureza e que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras. Santa Bárbara, rogai por nós. Rezar 3 Pai-nossos, 3 ave-Marias e 3 Glórias ao Pai. (in http://www.cademeusanto.com.br/oracao_santa_barbara.htm, em 03-7-2011, às 21h40).
(4) Oração a São Cosme e Damião: São Cosme e Damião, que por amor a Deus e ao próximo vos dedicastes à cura do corpo e da alma de vossos semelhantes, abençoai os médicos e farmacêuticos, medicai o meu corpo na doença e fortalecei a minha alma contra a superstição e todas as práticas do mal. Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças. Que a alegria da consciência tranqüila, que sempre vos acompanhou. repouse também em meu coração. Que a vossa proteção, Cosme e Damião, conserve meu coração simples e sincero para que sirvam também para mim as palavras de Jesus: "Deixa vir a mim os pequeninos, pois deles é o Reino do Céu.--. São Cosme e Damião, rogai por nós. (in http://www.cademeusanto.com.br/oracao_sao_cosme.htm, em 03-7-2011, às 21h44).

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (6/13)

5     GUARDAI-VOS DO ANÁTEMA

Durante a batalha o povo deveria atentar-se para uma única advertência, a fim de manterem o sucesso na luta: tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele. A advertência tinha o propósito de manter o povo livre da maldição que pairava sobre os moradores de Jericó, assim como paira sobre todos os povos que não temem o único e soberano Deus. “Tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o perturbeis”.

No início do texto em análise, observamos Josué perto de Jericó, olhando. Deve ter percebido como a cidade era muito bem fortificada, imaginado uma estratégia de guerra para conduzir o povo hebreu por ela, rumo à conquista de toda a terra prometida. E eis que o Senhor lhe aparece em figura de um homem com uma espada na mão, apresentando-se como o Príncipe do exército do Senhor, para dizer que lhe havia dado Jericó e passar as coordenadas para a vitória. Pronto: Josué, um general estrategista, não tinha mais necessidade de traçar planos de guerras para enfrentar a batalha que estava à sua frente. O Senhor lhe transmitiu a maneira de guerrear contra Jericó: rodeando-a treze vezes. Mas não seriam sete voltas? Não! São treze voltas mesmo: uma por dia, durante seis dias, somam seis voltas; mais sete voltas no sétimo dia totalizam treze voltas. Em todas essas voltas, “sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifres de carneiros adiante da arca”.

Quero destacar o trecho “adiante da arca”. Essa era a arca da aliança descrita no Livro de Êxodo, cap. 25, dos versículos 10 a 22, e representava a presença de Deus (1). Havia sido construída no tempo de Moisés, no deserto, com uma tampa sobre a qual havia duas imagens de anjos (querubins). Essa passagem tem sido um dos fundamentos utilizados pelo sistema religioso católico para construção de imagens (2). Sem desmerecer esse entendimento católico, mas o primordial dessa passagem não era a adoração às imagens dos querubins ou aos próprios querubins representados naquelas imagens.

Dentre os objetos colocados dentro daquela arca estava o Testemunho, isto é, as pedras em que foram escritos os Dez Mandamentos pelo dedo de Deus, ou seja, literalmente ali dentro estava a Palavra de Deus, e onde está a sua Palavra, Deus também está presente. Não há nenhuma passagem bíblica afirmando - categoricamente ou mesmo por inferência - que algum sacerdote esteve de joelhos adorando as imagens dos querubins ou mesmo adorando a própria arca. Ah, mas e a passagem de Josué 7:6, hein? Neste versículo, em que o sistema católico também apoia sua doutrina de adoração a imagens, consta que Josué se prostrou diante da arca.

Então vamos ao texto, dentro do contexto (3). Depois que conquistaram Jericó, os israelitas foram guerrear contra a próxima cidade, chamada Ai, de poucos moradores, onde sofreram uma derrota vergonhosa.

Em virtude da derrota dos israelitas na primeira batalha depois da conquista de Jericó, contra a cidadezinha de Ai, o sacerdote e líder de guerra, Josué, e outros anciãos, prostraram-se diante da Arca do Testemunho. Lendo, na página 258 da 109ª edição da Bíblia Sagrada, Edições Ave-Maria, o capítulo 7, nos versículos 6 e 7, encontro as seguintes palavras: “6 Josué rasgou suas vestes e prostrou-se com a face por terra até à tarde diante da arca do Senhor, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó as suas cabeças. 7 “Ah, Senhor Javé, clamou Josué, porque fizestes este povo passar o Jordão, para nos entregardes nas mãos dos amorreus que nos destruirão? Oxalá tivéssemos ficado do outro lado do rio!”

Analisando o versículo 6, dentro do seu contexto, não consigo ver Josué e os demais anciãos adorando a imagem da arca, nem mesmo as estátuas dos anjos, nem dirigindo rezas aos anjos representados nas estátuas. Josué e os outros se prostraram sim diante da arca porque sabiam que ela significava a presença de Deus, e foi precisa e diretamente para Deus (sem intermediários) que Josué dirige sua oração, contada no versículo 7. E o prostrar-se de Josué decorreu não em sinal de adoração à arca, e sim do fracasso que teve na batalha contra Ai, de onde retornou sem forças, enfraquecido, humilhado em razão da derrota inesperada que tiveram os israelitas. Sem forças, prostrou-se, caiu.

E não poderia ser diferente em respeito à Lei Divina que estava no interior daquela arca. Aliás, na Lei Divina o Primeiro dos Dez Mandamentos afirma muito mais que o “Amarás ao senhor teu Deus”. Esse é um resumo muito sucinto de todo o Mandamento, que assim está escrito na versão da Bíblia Católica encontrada no Livro de Êxodo, cap. 20:1-5 (4):
"Então Deus pronunciou todas estas palavras:
'Eu sou o Senhor teu Deus, que te fez sair do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniquidade dos pais nos filhos, nos netos e nos bisnetos daqueles que me odeiam, mas uso de misericórdia até a milésima geração com aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos'".

Mais adiante, nos versículos 22 e 23 do mesmo capítulo 20, o primeiro mandado é reforçado nas seguintes palavras: “O Senhor disse a Moisés: 'Eis o que dirás aos israelitas: vistes que vos falei dos céus. Não fareis deuses de prata, nem deuses de ouro para pôr ao meu lado'”.
Utilizando-se do Primeiro Mandamento, o sistema católico ensina em sua catequese para os seus iniciados mirins que a proibição de Deus era para o povo não construir imagens de deuses egípcios, mas que tal proibição não se estende à construção e adoração a imagens dos santos católicos, já que todos esses eram servos de Deus, enquanto que os deuses egípcios serviam ao inimigo de Deus, por isso que Deus havia proibido fazer imagens deles.
Porém uma simples leitura dos textos bíblicos em comento, por meio de mera interpretação gramatical dos seus termos, conclui-se sem muito esforço que a proibição é muito mais abrangente que a interpretação dada a eles pelo sistema católico. Não há qualquer limitação aos deuses egípcios. Ora, onde não há limites bíblicos, os líderes religiosos não podem impô-los aos seus liderados, sob pena de ofensa à Palavra de Deus.

No entanto, caso a interpretação literal não seja a mais apropriada, pois ela seria, segundo alguns teólogos, a pior maneira de se extrair todo o conteúdo de qualquer texto bíblico, utilizemo-nos também da interpretação sistemática que se baseia no princípio de que a Bíblia interpreta a própria Bíblia.

No Livro de Deuteronômio, capítulo 4 e versículos 12, 15 e 16 está registrado, pela mesma versão católica da Palavra de Deus, o seguinte: “Do meio do fogo o Senhor falou. Ouvistes o som de suas palavras, mas não víeis, no entanto, nenhuma forma, somente uma voz. (…). Tende cuidado com a vossa vida. No dia em que o Senhor, vosso Deus, vos falou do seio do fogo em Horeb, não vistes figura alguma. Guardai-vos, pois, de fabricar alguma imagem esculpida representando o que quer que seja, figura de homem ou de mulher”.

Já mencionamos a passagem bíblica de Josué 24:2, na qual esse líder relata ao povo como seus antepassados serviam a outros deuses antigamente, ou seja, eram politeístas. Na sequência dessa passagem Josué exorta ao povo para adorar somente ao Senhor Deus, com as seguintes palavras: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Josué 24:15). “Então respondeu o povo, e disse: Nunca nos aconteça que deixemos ao SENHOR para servirmos a outros deuses” (Josué 24:16). Por essa resposta observa-se a intenção do povo em se manter monoteísta, embora isso não tenha ocorrido no desenrolar da história dos israelitas.

Abrão (o mesmo Abraão) inaugura o sistema religioso monoteísta para a sua família, que prevaleceu na nação que se formou a partir dos seus descendentes, ao longo da história. Só havia um Deus, e unicamente Deus. Na fé dos israelitas, Deus nunca precisou de deuses auxiliares, e por isso eles sempre dirigiam suas orações ao Senhor Deus de Abraão, Isaque e Jacó; nunca dirigiam uma palavra sequer, em oração, para algum deles já falecido, por melhor pessoa que tivesse sido em vida. Entre os israelitas não havia santos mortos com poderes de intercessão pelos vivos. Pela cultura original, eles também não oravam a anjos.

Todavia deve-se mencionar que na sua trajetória histórica, muitos do povo hebreu assimilaram costumes religiosos de povos vizinhos, e muitos de seus sacerdotes foram seduzidos pelas práticas pagãs a ponto de introduzi-las nos seus rituais religiosos, fazendo junção do santo com o profano. Em todas as vezes que isso aconteceu, a nação inteira entrou em decadência, tornando-se presa fácil para seus adversários de guerra. Porém, “no fim do poço”, Deus sempre levantou algum profeta para alertar ao povo que em razão de tal prática Ele não poderia agir em seu favor. Para ser salva por Ele era necessário que a nação inteira se arrependesse da adoração a deuses estranhos e se voltasse ao Deus Único, eliminando os rituais pagãos.

Cabe destacar aqui uma passagem ocorrida há aproximadamente mil anos depois do cerco à Jericó, encontrada no Livro de Jeremias, capítulo 44 (5). Em razão de o povo dirigir adoração a uma certa “rainha dos céus”, muitas pessoas foram transportadas como escravas para o Egito, a ponto de Jerusalém ficar deserta. Então o profeta Jeremias, atendendo ao chamado do Senhor Deus, exorta o povo ao arrependimento, mas as pessoas simplesmente disseram ao profeta que entre a Palavra do Senhor e a deles, ficariam com a deles, ou seja, rejeitaram a mensagem divina para permanecerem no erro, no engano, para permanecerem no anátema.

Guardai-vos do anátema significa dizer cuidem-se do amaldiçoado, cuidem-se da destruição, livrem-se da condenação, tomem todo o cuidado para não assimilarem as tradições politeístas pagãs. O termo anátema é “expressão acentuada de maldição”. Deveria significar também “libertem-se dos jugos religiosos, mediante a aquisição de conhecimento e cultura, e tornem-se livres para aderirem a este ou àquele sistema religioso, ou a nenhum deles”.

Na minha visão, está amaldiçoado, está destruído o homem que se deixa enredar por belos discursos persuasivos sem se dar ao trabalho de pesquisar a respeito. Este homem será conduzido por caminhos tortuosos sem saber que são tortuosos, mas acreditando cegamente que são direitos, pelos quais irá à perdição; ou será conduzido ao caminho direito, também na fé cega de que seja assim, e encontrar a salvação. Para percorrer um ou outro estará na dependência do fator “sorte” e no escrúpulo de seus líderes religiosos, quaisquer que sejam os sistemas religiosos a que pertençam.

De outro lado, entendo e respeito que cada sistema religioso pode se desenvolver - e se manter - a seu bel prazer, segundo seus costumes, ideias, tradições e o mais. Todavia, deve deixar muito bem claro a todos os seus adeptos, os seus verdadeiros fundamentos, sem omitir um til ou um jota sequer. Por exemplo: entre tradições elaboradas por homens, Palavra de Deus e magistério confiado a líderes, deve-se deixar bem esclarecido o porquê de a Palavra ficar em terceiro plano no caso de alguma divergência doutrinária entre esse tripé. Outro exemplo: explicar muito bem explicado o porquê de se guardar o dia de sábado e por que não se deve guardá-lo; o porquê dos usos e costumes ou da ausência desses; o porquê do dízimo e o porquê da ausência dele; o porquê dos templos suntuosos e dos simples; o porquê certa classe ou grau de líderes desfrutam do melhor desta terra, e os de classes inferiores não tem a mesma qualidade de vida. Tudo muito bem explicado.

Partindo da tomada de Jericó até mil anos adiante, o Senhor Deus não mudou. E até hoje ele não mudou em nada. Está escrito que Deus é o mesmo, Ele não muda sua essência (Hebreus 1:12). Logo, para nós hoje permanece a mesma essência Dele: “Vós sois as minhas testemunhas, do Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais e entendais que eu sou o mesmo; antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Isaías 43:10). Nem antes nem depois do Senhor surgiu ou surgirá outro deus, nem mesmo deuses auxiliares de segundo escalão para secretariá-lo. No Céu dos céus há unicamente um Deus (subsistente no Pai, Filho e Espírito Santo), Soberano, tendo ao seu comando um exército de anjos, os quais não estão encarregados de responder orações ou de interceder junto a Deus pelos humanos (os anjos têm outras funções). Esses são os habitantes celestiais com encargos e funções definidas e determinadas pelo Eterno.
Ah, e as pessoas santas que morreram não foram morar no céu? Sim, elas estão residindo no céu. O livro de Apocalipse, cap. 7:9-10, menciona uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos e línguas, que estão em pé diante do trono e em presença do Cordeiro (Jesus Cristo), trajando compridas vestes brancas (limpas do pecado, livres do anátema), com palmas nas mãos dirigindo louvores a Deus. É isso que fazem os humanos santos que foram habitar no Céu.

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(1) Também farão uma arca de madeira, de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura. E cobri-la-ás de ouro puro, por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma moldura de ouro ao redor; e fundirás para ela quatro argolas de ouro, que porás nos quatro cantos dela; duas argolas de um lado e duas do outro. Também farás varais de madeira de acácia, que cobrirás de ouro. Meterás os varais nas argolas, aos lados da arca, para se levar por eles a arca. Os varais permanecerão nas argolas da arca; não serão tirados dela. E porás na arca o testemunho, que eu te darei. Igualmente farás um propiciatório, de ouro puro; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio. Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubim numa extremidade e o outro querubim na outra extremidade; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estenderão as suas asas por cima do propiciatório, cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um para o outro; as faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório. E porás o propiciatório em cima da arca; e dentro da arca porás o testemunho que eu te darei. E ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do testemunho, falarei contigo a respeito de tudo o que eu te ordenar no tocante aos filhos de Israel. (Êxodo, cap. 25:10-22).
(2) Outro fundamento utilizado pelo sistema católico para construção de imagens está na serpente de bronze construída por Moisés, segundo relatado em Números 21:8.
(3) “Texto fora do contexto é pretexto para heresias”, isto é, aquele que tirar um texto de seu contexto é considerado herege.
(5) A palavra que veio a Jeremias, acerca de todos os judeus, habitantes da terra do Egito, que habitavam em Migdol, e em Tafnes, e em Nofe, e na terra de Patros, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Vós vistes todo o mal que fiz vir sobre Jerusalém, e sobre todas as cidades de Judá; e eis que elas são hoje uma desolação, e ninguém habita nelas; Por causa da maldade que fizeram, para me irarem, indo queimar incenso, e servir a deuses estranhos, que nunca conheceram, nem eles, nem vós, nem vossos pais. E eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando e enviando a dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que odeio. Mas eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos, para se converterem da sua maldade, para não queimarem incenso a outros deuses. Derramou-se, pois, a minha indignação e a minha ira, e acendeu-se nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, e elas tornaram-se em deserto e em desolação, como hoje se vê. Agora, pois, assim diz o SENHOR, Deus dos Exércitos, Deus de Israel: Por que fazeis vós tão grande mal contra as vossas almas, para vos desarraigardes, ao homem e à mulher, à criança e ao que mama, do meio de Judá, a fim de não deixardes remanescente algum; Irando-me com as obras de vossas mãos, queimando incenso a deuses estranhos na terra do Egito, aonde vós entrastes para lá habitar; para que a vós mesmos vos desarraigueis, e para que sirvais de maldição, e de opróbrio entre todas as nações da terra? Esquecestes já as maldades de vossos pais, e as maldades dos reis de Judá, e as maldades de suas mulheres, e as vossas maldades, e as maldades de vossas mulheres, que cometeram na terra de Judá, e nas ruas de Jerusalém? Não se humilharam até ao dia de hoje, nem temeram, nem andaram na minha lei, nem nos meus estatutos, que pus diante de vós e diante de vossos pais. Portanto assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o meu rosto contra vós para mal, e para desarraigar a todo Judá. E tomarei os que restam de Judá, os quais puseram os seus rostos para entrarem na terra do Egito, para lá habitar e todos eles serão consumidos na terra do Egito; cairão à espada, e de fome morrerão; consumir-se-ão, desde o menor até ao maior; à espada e de fome morrerão; e servirão de execração, e de espanto, e de maldição, e de opróbrio. Porque castigarei os que habitam na terra do Egito, como castiguei Jerusalém, com a espada, com a fome e com a peste. De maneira que da parte remanescente de Judá, que entrou na terra do Egito, para lá habitar, não haverá quem escape e fique para tornar à terra de Judá, à qual eles suspiram voltar para nela morar; porém não tornarão senão uns fugitivos. Então responderam a Jeremias todos os homens que sabiam que suas mulheres queimavam incenso a deuses estranhos, e todas as mulheres que estavam presentes em grande multidão, como também todo o povo que habitava na terra do Egito, em Patros, dizendo: Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do SENHOR, não obedeceremos a ti; Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, queimando incenso à rainha dos céus, e oferecendo-lhe libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; e então tínhamos fartura de pão, e andávamos alegres, e não víamos mal algum. Mas desde que cessamos de queimar incenso à rainha dos céus, e de lhe oferecer libações, tivemos falta de tudo, e fomos consumidos pela espada e pela fome. E quando nós queimávamos incenso à rainha dos céus, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos, para a adorar, e oferecemos-lhe libações sem nossos maridos? Então disse Jeremias a todo o povo, aos homens e às mulheres, e a todo o povo que lhe havia dado esta resposta, dizendo: Porventura não se lembrou o SENHOR, e não lhe veio ao coração o incenso que queimastes nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, vós e vossos pais, vossos reis e vossos príncipes, como também o povo da terra? De maneira que o SENHOR não podia por mais tempo sofrer a maldade das vossas ações, as abominações que cometestes; por isso se tornou a vossa terra em desolação, e em espanto, e em maldição, sem habitantes, como hoje se vê. Porque queimastes incenso, e porque pecastes contra o SENHOR, e não obedecestes à voz do SENHOR, e na sua lei, e nos seus testemunhos não andastes, por isso vos sucedeu este mal, como se vê neste dia. Disse mais Jeremias a todo o povo e a todas as mulheres: Ouvi a palavra do SENHOR, vós, todo Judá, que estais na terra do Egito. Assim fala o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, dizendo: Vós e vossas mulheres não somente falastes por vossa boca, senão também o cumpristes por vossas mãos, dizendo: Certamente cumpriremos os nossos votos que fizemos de queimar incenso à rainha dos céus e de lhe oferecer libações; confirmai, pois, os vossos votos, e perfeitamente cumpri-os. Portanto ouvi a palavra do SENHOR, todo o Judá, que habitais na terra do Egito: Eis que eu juro pelo meu grande nome, diz o SENHOR, que nunca mais será pronunciado o meu nome pela boca de nenhum homem de Judá em toda a terra do Egito dizendo: Vive o Senhor DEUS! Eis que velarei sobre eles para mal, e não para bem; e serão consumidos todos os homens de Judá, que estão na terra do Egito, pela espada e pela fome, até que de todo se acabem. E os que escaparem da espada voltarão da terra do Egito à terra de Judá, poucos em número; e todo o restante de Judá, que entrou na terra do Egito, para habitar ali, saberá se subsistirá a minha palavra ou a sua. E isto vos servirá de sinal, diz o SENHOR, que eu vos castigarei neste lugar, para que saibais que certamente subsistirão as minhas palavras contra vós para mal. Assim diz o SENHOR: Eis que eu darei Faraó-Hofra, rei do Egito, na mão de seus inimigos, e na mão dos que procuram a sua morte; como entreguei Zedequias, rei de Judá, na mão de Nabucodonosor, rei de babilônia, seu inimigo, e que procurava a sua morte. (Jeremias, capítulo 44).