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quinta-feira, 29 de março de 2012

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (7/13)

6    DEUSES EGÍPCIOS, GREGOS, ROMANOS E OS SANTOS CATÓLICOS


Dentre as instruções para a batalha de Jericó, havia a de que os hebreus não deveriam tocar no anátema, devendo guardar-se dele para não tornarem Israel maldito, amaldiçoado e ser destruído. No contexto da nação de Israel daquela época, o povo não deveria cultuar os deuses cultuados na terra de Canaã; ao contrário, a ordem divina era para destruir suas estátuas, queimar no fogo suas imagens de escultura, em atenção ao Primeiro dos Dez Mandamentos.

O sistema católico afirma que a proibição estava restrita à fabricação de estátuas dos deuses egípcios, pois se assim fizessem, estariam retornando ao cativeiro do Egito, à escravidão a que os deuses desse país haviam reduzido a nação de Israel por quatrocentos e tantos anos. Em vista dessa doutrina, cumpre-me listar alguns dos deuses egípcios, gregos e romanos, e confrontar suas funções com as que são atribuídas aos santos católicos, e deixar às conclusões de quem ler este trabalho, até mesmo porque as conclusões variarão conforme o grau cultural de quem ler essas linhas.

DEUSES EGÍPCIOS
Segundo a história contada, o Antigo Egito era politeísta. Com o passar dos tempos, a religião egípcia sofreu mutações, chegando a reconhecer a existência de um único deus, auxiliado, no entanto, por outras divindades menores.
“Antiga religião egípcia (ou mitologia egípcia) é o nome dado a religião praticada no antigo Egito desde o período pré-dinástico, a cerca de 3.000 anos a.C. até o surgimento do cristianismo. Inicialmente era uma religião politeísta por crer em várias divindades, como forças da natureza. Ao passar de séculos, a crença passou a ser mais diversificada, sendo considerada henoteísta, porque acreditava em uma divindade criadora do universo, tendo outras forças independentes, mas não iguais a este. Também pode ser considerada monoteísta, pois tinha a crença em um único deus, as outras divindades eram neteru (plural de neter), o que podem ser chamados de 'anjos de deus', o que seriam vários aspectos de um mesmo deus. A religião era praticada em templos e santuários domésticos. A religião ainda é praticada atualmente, porém com minorias. O kemetismo é uma reconstrução neopagã da religião ainda praticada atualmente. (in http://pt.wikipedia.org/wiki/Deuses_eg%C3%ADpcios, aos 2-7-2011, às 12h04).”

É oportuno destacar que a história egípcia publicada conta a tentativa de um faraó estabelecer o monoteísmo naquele país, conforme este trecho de artigo extraído da internet:
“Durante o governo de Amenófis IV (1353 a.C. – 1336 a.C.), a vida religiosa dos egípcios sofreu uma verdadeira revolução no momento em que o faraó tentou instituir o monoteísmo a toda a população. Buscando diminuir a influência política dos sacerdotes, este monarca reconhecia somente o deus Aton (divindade representativa do círculo solar) como o único deus a ser adorado. Apesar do grande impacto de sua imposição, o politeísmo logo foi restaurado com o fim de seu governo. (Por Rainer Sousa, Graduado em História. Equipe Brasil Escola - inhttp://www.brasilescola.com/historiag/religiosidade-egipcia.htm, em 03-7-2011, às 0h51).”

Dentre muitas mitologias egípcias, destaca-se a que narra a estória de Osíris, deus governador da terra que foi morto e esquartejado em quarenta pedaços pelo invejoso Seth, que teria espalhado os pedaços pelo deserto e no rio Nilo. Ísis teria conseguido encontrar os pedaços, exceto o pênis, que teria sido comido por três peixes. Osíris e Ísis teriam se unido em casamento, gerando um filho, chamado Hórus. Como a concepção deu-se sem o pênis de Osíris, teria surgido nesse ato a primeira ideia de “imaculada concepção”. Ísis tornou-se conhecida como “A Virgem”. O filho Hórus teria se vingado de Seth, mas na batalha teria perdido um olho, olho esse que ficou conhecido como o “olho de Hórus”, o símbolo de proteção daquela nação.

A mesma mitologia grega, contada de outro modo, também destaca a criação:
“De acordo com o relato egípcio da criação, no princípio só existia o oceano. Então Rá, o Sol, surgiu de um ovo (segundo outras versões de uma flor) que apareceu sobre a superfície da água. Rá deu à luz quatro filhos, os deuses Shu e Geb e as deusas Tefnet e Nut. Shu e Tefnet deram origem à atmosfera. Eles se serviram de Geb, que se converteu na terra, e elevaram Nut, que se converteu em céu. Rá regia todas as coisas. Geb e Nut posteriormente tiveram dois filhos, Set e Osíris, e duas filhas, Ísis e Néftis. Osíris sucedeu Rá como rei da terra ajudado por Ísis, sua esposa e irmã. Set odiava seu irmão e o matou. Ísis embalsamou o corpo do seu esposo com a ajuda do deus Anúbis, que desta forma tornou-se o deus do embalsamento. Os feitiços poderosos de Ísis ressuscitaram Osíris, que chegou a ser rei do mundo inferior, da terra dos mortos. Horus, filho de Osíris e Ísis, derrotou posteriormente Set em uma grande batalha tornando-se rei da terra. Desse mito da criação surgiu a concepção da eneada, grupo de nove divindades, e da tríade, formada por um pai, uma mãe e um filho divinos. Cada templo local tinha sua própria eneada e sua própria tríade. A eneada mais importante foi a de Rá com seus filhos e netos. (in http://www.historiadomundo.com.br/egipcia/
religiao-egipcia.htm, em 6-7-2011, às 0h37).”

A seguir segue relação de alguns deuses egípcios com um pouco de suas respectivas atribuições.
- Rá, o maior deles, o deus-sol.
- Amom era o deus da criação da vida, o deus dos deuses, o mais poderoso.
- Amom-Rá era o deus resultante da união, da fusão dos deuses Rá e Amom.
- Osíris, irmão e marido de Ísis e pai de Hórus, julgava os mortos na "Sala das Duas Verdades". Usava na cabeça uma mitra branca. Teria sofrido uma terrível morte pela qual assegura a felicidade eterna aos seus protegidos.
- Ísis escutava as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes. Era a deusa da maternidade e da fertilidade. Suas lágrimas teriam originado o rio Nilo.
- Seth era originalmente um deus bom, auxiliar de Rá, irmão de Osíris, e tornou-se espírito mal, deus da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes.
- Hórus carregava a chave da vida e da morte. Seria o terceiro deus da tríade: Osíris, Íris e Hórus. Teria sido concebido após a morte de seu pai, Osíris.
- Hátor era a deusa do céu e protetora das mulheres. Depois de Ísis era a mais venerada, deusa do amor e da alegria.
- Ptah fez os homens. Criou o mundo por sua palavra. Venerado pelos trabalhadores manuais, particularmente pelos ourives.
- Tuéris (Taueret) era a deusa-hipopótamo que protegia as mulheres grávidas e os nascimentos. Ela assegurava fertilidade e partos sem perigo.

Esses deuses e outros tantos aqui não relacionados tinham uma imagem de representação.

DEUSES GREGOS E ROMANOS
Entre os deuses gregos e romanos há, diria, uma perfeita simetria, variando apenas a nomenclatura de uma para outra nação. Eis alguns, extraídos do site http://www.historiadomundo.com.br/artigos/deuses-gregos-romanos.htm, em 6-7-2011, às 0h23:

Deus Grego
Deus Romano
Função ou Característica
Zeus
Júpiter
Pai dos deuses e dos homens, principal deus do Olimpo.
Cronos
Saturno
Deus do tempo, pai de Zeus. Pertencia à raça dos titãs.
Hera
Juno
Rainha dos deuses, esposa de Zeus.
Hefesto
Vulcano
Artista do Olimpo, fazia os raios que Zeus lançava sobre os mortais. Filho de Zeus e Hera.
Poseidon
Netuno
Senhor do oceano, irmão de Zeus.
Hades/Dis
Plutão
Senhor do reino dos mortos, irmão de Zeus.
Ares
Marte
Deus da guerra, filho de Zeus e Hera.
Apolo
Febo
Deus do sol, da arte de atirar com o arco, da música e da profecia. Filho de Zeus e Latona.
Artemis
Diana
Deusa da caça e da lua, irmã de Apolo.
Afrodite
Vênus
Deus da beleza e do amor, nasceu das espumas do mar.
Eros
Cupido
Deus do amor, filho de Vênus.
Palas
Minerva
Deusa da sabedoria, nasceu da cabeça de Zeus.
Hermes
Mercúrio
Deus da destreza e da habilidade, cultuado pelos comerciantes. Filho e mensageiro de Zeus.
Deméter
Ceres
Deusa da agricultura, filha de Cronos e Ops.




SANTOS CATÓLICOS
É impossível listar neste pequeno trabalho todos os nomes e funções dos ditos santos católicos. Entretanto, pode-se afirmar que todos obtiveram esse status em razão de suas vidas de santidade, devotadas ao próximo, em pobreza, a serviço do sistema católico, abnegados de si mesmos, e a quem foi atribuído alguma espécie de milagre (1). Por assim dizer, a espécie de milagre define a função do santo para quem o devoto deve dirigir a reza a fim de alcançar o mesmo milagre, isto é, a mesma graça.
A relação a seguir apresenta apenas alguns santos catalogados pelo sistema católico (2):
Bárbara: protetora contra tempestades e batalhas, ao menos é esse o significado que extraio da reza a ela dirigida(3).
Cosme e Damião: dizem ser os protetores das crianças, mas podem ser também dos médicos, de acordo com a reza (4).
A esses nomes seguem-se estes:
“Santos e santas de todos os tempos, rogai por nós!
São Martinho de Lima, protetor do povo da rua.
Santa Maria Eufrásia, protetora das mulheres pobres, marginalizadas e presas.
São João Eudes, defensor e protetor das mulheres prostituídas.
São Maximiliano Kolbe, preso e condenado a morte de sede e fome.
São Pedro Nolasco, defensor e protetor dos prisioneiros.
São Tomás Morus, mártir da verdade e dignidade humana.
Santa Edith Stein, mártir do povo perseguido e fiel a sua fé.
Santa Josefina Bakita, roubada de seu povo, escravizada e amorosa com as crianças.
D. Oscar Romero, assassinado no altar por defender os pobres e perseguidos.
Santo Dias da Silva, operário morto pela polícia durante greve em São Paulo.
Santa Catarina de Sena, analfabeta, doutora da Igreja, defensora e protetora dos doentes e encarcerados.
Enfim, tantos irmãos e irmãs nosso que fizeram de suas vidas a verdade das palavras do Senhor Jesus: 'Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus irmãos'. (Pe. Júlio Lancellotti, in Primeiro de novembro é o dia de todos os Santos, extraído do site http://www.oarcanjo.net/site/index.php/blog/todos-os-santos/, em 7-7-2011, à 1h38).”

Poderiam ser listados outros nomes de santos católicos, mas isso não seria útil. O ponto a se destacar aqui refere-se ao fato de existir ao menos um nome venerável, arrolado pelo sistema católico, para tratar de qualquer assunto pessoal. Desde livramento de dívida até para se encontrar objetos perdidos existe pelo menos um santo católico para atender aos pedidos de seus devotos.

Respeito tua conclusão, caro leitor. Mas quer me parecer que as funções dos antigos deuses egípcios, gregos e romanos foram assumidas pelos santos católicos. Seria o mesmo que dizer que esses realizam atividades antes afetas àqueles.

Atualmente, o sistema católico vem alertando seus fiéis contra a idolatria, com a seguinte distinção: adoração à imagem é diferente de veneração a ícone. A primeira caracteriza a idolatria, proibida pelas Sagradas Escrituras, pois seria colocar outro ser no lugar de Deus. A última, a veneração a ícone, é permitida, pois é a representação de alguém junto a Deus no céu, capaz de interceder pelo fiel. Todavia, uma análise mais atenta da Palavra de Deus em cotejo com as orações a tais ícones/santos vai revelar que tanto uma como outra é anátema, mas o magistério católico afirma que não. E o senhor Deus diz ao seu povo para se guardar do anátema.

Egípcios, gregos e romanos tinham deuses a quem dirigiam orações pedindo proteção para situações específicas. O mesmo fazem os fiéis católicos para os seus santos. Tanto os deuses egípcios, gregos e romanos como os santos católicos têm as mesmas atribuições auxiliares ao deus maior, sendo a mais importante, talvez, a de intercessores, quando não são eles mesmos, os santos, os próprios realizadores dos milagres. Como no Egito havia deuses adorados em determinados locais, e totalmente desconhecidos em outros dentro da mesma nação, assim é com a nação católica: tem santos venerados em determinados lugares que são totalmente desconhecidos em outros, ou têm os nomes adaptados aos lugares, o que facilita suas aceitações pelos fiéis locais.

Tudo isso é anátema diante das regras e princípios estabelecidos por Deus e revelados nas Sagradas Escrituras.

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(1) Ao menos é assim que a história nos foi transmitida pelos magistérios católicos.
(2) A adoração aos santos foi instituída no ano de 375 d.C., embora o sistema católico afirme terem sido encontradas imagens nas catacumbas de Roma, feitas pelos primeiros cristãos, todavia não há sinais de que eram adoradas.
(3) Oração a Santa Bárbara: Ó Santa Bárbara, que és mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei com que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura. Fica sempre a meu lado para que eu possa enfrentar, de fronte erguida e rosto sereno, todas as tempestades e batalhas de minha vida, principalmente a de (fazer o pedído), para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render Graças a Deus, críador do céu, da terra e da natureza e que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras. Santa Bárbara, rogai por nós. Rezar 3 Pai-nossos, 3 ave-Marias e 3 Glórias ao Pai. (in http://www.cademeusanto.com.br/oracao_santa_barbara.htm, em 03-7-2011, às 21h40).
(4) Oração a São Cosme e Damião: São Cosme e Damião, que por amor a Deus e ao próximo vos dedicastes à cura do corpo e da alma de vossos semelhantes, abençoai os médicos e farmacêuticos, medicai o meu corpo na doença e fortalecei a minha alma contra a superstição e todas as práticas do mal. Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças. Que a alegria da consciência tranqüila, que sempre vos acompanhou. repouse também em meu coração. Que a vossa proteção, Cosme e Damião, conserve meu coração simples e sincero para que sirvam também para mim as palavras de Jesus: "Deixa vir a mim os pequeninos, pois deles é o Reino do Céu.--. São Cosme e Damião, rogai por nós. (in http://www.cademeusanto.com.br/oracao_sao_cosme.htm, em 03-7-2011, às 21h44).

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