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quinta-feira, 29 de março de 2012

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (6/13)

5     GUARDAI-VOS DO ANÁTEMA

Durante a batalha o povo deveria atentar-se para uma única advertência, a fim de manterem o sucesso na luta: tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele. A advertência tinha o propósito de manter o povo livre da maldição que pairava sobre os moradores de Jericó, assim como paira sobre todos os povos que não temem o único e soberano Deus. “Tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o perturbeis”.

No início do texto em análise, observamos Josué perto de Jericó, olhando. Deve ter percebido como a cidade era muito bem fortificada, imaginado uma estratégia de guerra para conduzir o povo hebreu por ela, rumo à conquista de toda a terra prometida. E eis que o Senhor lhe aparece em figura de um homem com uma espada na mão, apresentando-se como o Príncipe do exército do Senhor, para dizer que lhe havia dado Jericó e passar as coordenadas para a vitória. Pronto: Josué, um general estrategista, não tinha mais necessidade de traçar planos de guerras para enfrentar a batalha que estava à sua frente. O Senhor lhe transmitiu a maneira de guerrear contra Jericó: rodeando-a treze vezes. Mas não seriam sete voltas? Não! São treze voltas mesmo: uma por dia, durante seis dias, somam seis voltas; mais sete voltas no sétimo dia totalizam treze voltas. Em todas essas voltas, “sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifres de carneiros adiante da arca”.

Quero destacar o trecho “adiante da arca”. Essa era a arca da aliança descrita no Livro de Êxodo, cap. 25, dos versículos 10 a 22, e representava a presença de Deus (1). Havia sido construída no tempo de Moisés, no deserto, com uma tampa sobre a qual havia duas imagens de anjos (querubins). Essa passagem tem sido um dos fundamentos utilizados pelo sistema religioso católico para construção de imagens (2). Sem desmerecer esse entendimento católico, mas o primordial dessa passagem não era a adoração às imagens dos querubins ou aos próprios querubins representados naquelas imagens.

Dentre os objetos colocados dentro daquela arca estava o Testemunho, isto é, as pedras em que foram escritos os Dez Mandamentos pelo dedo de Deus, ou seja, literalmente ali dentro estava a Palavra de Deus, e onde está a sua Palavra, Deus também está presente. Não há nenhuma passagem bíblica afirmando - categoricamente ou mesmo por inferência - que algum sacerdote esteve de joelhos adorando as imagens dos querubins ou mesmo adorando a própria arca. Ah, mas e a passagem de Josué 7:6, hein? Neste versículo, em que o sistema católico também apoia sua doutrina de adoração a imagens, consta que Josué se prostrou diante da arca.

Então vamos ao texto, dentro do contexto (3). Depois que conquistaram Jericó, os israelitas foram guerrear contra a próxima cidade, chamada Ai, de poucos moradores, onde sofreram uma derrota vergonhosa.

Em virtude da derrota dos israelitas na primeira batalha depois da conquista de Jericó, contra a cidadezinha de Ai, o sacerdote e líder de guerra, Josué, e outros anciãos, prostraram-se diante da Arca do Testemunho. Lendo, na página 258 da 109ª edição da Bíblia Sagrada, Edições Ave-Maria, o capítulo 7, nos versículos 6 e 7, encontro as seguintes palavras: “6 Josué rasgou suas vestes e prostrou-se com a face por terra até à tarde diante da arca do Senhor, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó as suas cabeças. 7 “Ah, Senhor Javé, clamou Josué, porque fizestes este povo passar o Jordão, para nos entregardes nas mãos dos amorreus que nos destruirão? Oxalá tivéssemos ficado do outro lado do rio!”

Analisando o versículo 6, dentro do seu contexto, não consigo ver Josué e os demais anciãos adorando a imagem da arca, nem mesmo as estátuas dos anjos, nem dirigindo rezas aos anjos representados nas estátuas. Josué e os outros se prostraram sim diante da arca porque sabiam que ela significava a presença de Deus, e foi precisa e diretamente para Deus (sem intermediários) que Josué dirige sua oração, contada no versículo 7. E o prostrar-se de Josué decorreu não em sinal de adoração à arca, e sim do fracasso que teve na batalha contra Ai, de onde retornou sem forças, enfraquecido, humilhado em razão da derrota inesperada que tiveram os israelitas. Sem forças, prostrou-se, caiu.

E não poderia ser diferente em respeito à Lei Divina que estava no interior daquela arca. Aliás, na Lei Divina o Primeiro dos Dez Mandamentos afirma muito mais que o “Amarás ao senhor teu Deus”. Esse é um resumo muito sucinto de todo o Mandamento, que assim está escrito na versão da Bíblia Católica encontrada no Livro de Êxodo, cap. 20:1-5 (4):
"Então Deus pronunciou todas estas palavras:
'Eu sou o Senhor teu Deus, que te fez sair do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniquidade dos pais nos filhos, nos netos e nos bisnetos daqueles que me odeiam, mas uso de misericórdia até a milésima geração com aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos'".

Mais adiante, nos versículos 22 e 23 do mesmo capítulo 20, o primeiro mandado é reforçado nas seguintes palavras: “O Senhor disse a Moisés: 'Eis o que dirás aos israelitas: vistes que vos falei dos céus. Não fareis deuses de prata, nem deuses de ouro para pôr ao meu lado'”.
Utilizando-se do Primeiro Mandamento, o sistema católico ensina em sua catequese para os seus iniciados mirins que a proibição de Deus era para o povo não construir imagens de deuses egípcios, mas que tal proibição não se estende à construção e adoração a imagens dos santos católicos, já que todos esses eram servos de Deus, enquanto que os deuses egípcios serviam ao inimigo de Deus, por isso que Deus havia proibido fazer imagens deles.
Porém uma simples leitura dos textos bíblicos em comento, por meio de mera interpretação gramatical dos seus termos, conclui-se sem muito esforço que a proibição é muito mais abrangente que a interpretação dada a eles pelo sistema católico. Não há qualquer limitação aos deuses egípcios. Ora, onde não há limites bíblicos, os líderes religiosos não podem impô-los aos seus liderados, sob pena de ofensa à Palavra de Deus.

No entanto, caso a interpretação literal não seja a mais apropriada, pois ela seria, segundo alguns teólogos, a pior maneira de se extrair todo o conteúdo de qualquer texto bíblico, utilizemo-nos também da interpretação sistemática que se baseia no princípio de que a Bíblia interpreta a própria Bíblia.

No Livro de Deuteronômio, capítulo 4 e versículos 12, 15 e 16 está registrado, pela mesma versão católica da Palavra de Deus, o seguinte: “Do meio do fogo o Senhor falou. Ouvistes o som de suas palavras, mas não víeis, no entanto, nenhuma forma, somente uma voz. (…). Tende cuidado com a vossa vida. No dia em que o Senhor, vosso Deus, vos falou do seio do fogo em Horeb, não vistes figura alguma. Guardai-vos, pois, de fabricar alguma imagem esculpida representando o que quer que seja, figura de homem ou de mulher”.

Já mencionamos a passagem bíblica de Josué 24:2, na qual esse líder relata ao povo como seus antepassados serviam a outros deuses antigamente, ou seja, eram politeístas. Na sequência dessa passagem Josué exorta ao povo para adorar somente ao Senhor Deus, com as seguintes palavras: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Josué 24:15). “Então respondeu o povo, e disse: Nunca nos aconteça que deixemos ao SENHOR para servirmos a outros deuses” (Josué 24:16). Por essa resposta observa-se a intenção do povo em se manter monoteísta, embora isso não tenha ocorrido no desenrolar da história dos israelitas.

Abrão (o mesmo Abraão) inaugura o sistema religioso monoteísta para a sua família, que prevaleceu na nação que se formou a partir dos seus descendentes, ao longo da história. Só havia um Deus, e unicamente Deus. Na fé dos israelitas, Deus nunca precisou de deuses auxiliares, e por isso eles sempre dirigiam suas orações ao Senhor Deus de Abraão, Isaque e Jacó; nunca dirigiam uma palavra sequer, em oração, para algum deles já falecido, por melhor pessoa que tivesse sido em vida. Entre os israelitas não havia santos mortos com poderes de intercessão pelos vivos. Pela cultura original, eles também não oravam a anjos.

Todavia deve-se mencionar que na sua trajetória histórica, muitos do povo hebreu assimilaram costumes religiosos de povos vizinhos, e muitos de seus sacerdotes foram seduzidos pelas práticas pagãs a ponto de introduzi-las nos seus rituais religiosos, fazendo junção do santo com o profano. Em todas as vezes que isso aconteceu, a nação inteira entrou em decadência, tornando-se presa fácil para seus adversários de guerra. Porém, “no fim do poço”, Deus sempre levantou algum profeta para alertar ao povo que em razão de tal prática Ele não poderia agir em seu favor. Para ser salva por Ele era necessário que a nação inteira se arrependesse da adoração a deuses estranhos e se voltasse ao Deus Único, eliminando os rituais pagãos.

Cabe destacar aqui uma passagem ocorrida há aproximadamente mil anos depois do cerco à Jericó, encontrada no Livro de Jeremias, capítulo 44 (5). Em razão de o povo dirigir adoração a uma certa “rainha dos céus”, muitas pessoas foram transportadas como escravas para o Egito, a ponto de Jerusalém ficar deserta. Então o profeta Jeremias, atendendo ao chamado do Senhor Deus, exorta o povo ao arrependimento, mas as pessoas simplesmente disseram ao profeta que entre a Palavra do Senhor e a deles, ficariam com a deles, ou seja, rejeitaram a mensagem divina para permanecerem no erro, no engano, para permanecerem no anátema.

Guardai-vos do anátema significa dizer cuidem-se do amaldiçoado, cuidem-se da destruição, livrem-se da condenação, tomem todo o cuidado para não assimilarem as tradições politeístas pagãs. O termo anátema é “expressão acentuada de maldição”. Deveria significar também “libertem-se dos jugos religiosos, mediante a aquisição de conhecimento e cultura, e tornem-se livres para aderirem a este ou àquele sistema religioso, ou a nenhum deles”.

Na minha visão, está amaldiçoado, está destruído o homem que se deixa enredar por belos discursos persuasivos sem se dar ao trabalho de pesquisar a respeito. Este homem será conduzido por caminhos tortuosos sem saber que são tortuosos, mas acreditando cegamente que são direitos, pelos quais irá à perdição; ou será conduzido ao caminho direito, também na fé cega de que seja assim, e encontrar a salvação. Para percorrer um ou outro estará na dependência do fator “sorte” e no escrúpulo de seus líderes religiosos, quaisquer que sejam os sistemas religiosos a que pertençam.

De outro lado, entendo e respeito que cada sistema religioso pode se desenvolver - e se manter - a seu bel prazer, segundo seus costumes, ideias, tradições e o mais. Todavia, deve deixar muito bem claro a todos os seus adeptos, os seus verdadeiros fundamentos, sem omitir um til ou um jota sequer. Por exemplo: entre tradições elaboradas por homens, Palavra de Deus e magistério confiado a líderes, deve-se deixar bem esclarecido o porquê de a Palavra ficar em terceiro plano no caso de alguma divergência doutrinária entre esse tripé. Outro exemplo: explicar muito bem explicado o porquê de se guardar o dia de sábado e por que não se deve guardá-lo; o porquê dos usos e costumes ou da ausência desses; o porquê do dízimo e o porquê da ausência dele; o porquê dos templos suntuosos e dos simples; o porquê certa classe ou grau de líderes desfrutam do melhor desta terra, e os de classes inferiores não tem a mesma qualidade de vida. Tudo muito bem explicado.

Partindo da tomada de Jericó até mil anos adiante, o Senhor Deus não mudou. E até hoje ele não mudou em nada. Está escrito que Deus é o mesmo, Ele não muda sua essência (Hebreus 1:12). Logo, para nós hoje permanece a mesma essência Dele: “Vós sois as minhas testemunhas, do Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais e entendais que eu sou o mesmo; antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Isaías 43:10). Nem antes nem depois do Senhor surgiu ou surgirá outro deus, nem mesmo deuses auxiliares de segundo escalão para secretariá-lo. No Céu dos céus há unicamente um Deus (subsistente no Pai, Filho e Espírito Santo), Soberano, tendo ao seu comando um exército de anjos, os quais não estão encarregados de responder orações ou de interceder junto a Deus pelos humanos (os anjos têm outras funções). Esses são os habitantes celestiais com encargos e funções definidas e determinadas pelo Eterno.
Ah, e as pessoas santas que morreram não foram morar no céu? Sim, elas estão residindo no céu. O livro de Apocalipse, cap. 7:9-10, menciona uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos e línguas, que estão em pé diante do trono e em presença do Cordeiro (Jesus Cristo), trajando compridas vestes brancas (limpas do pecado, livres do anátema), com palmas nas mãos dirigindo louvores a Deus. É isso que fazem os humanos santos que foram habitar no Céu.

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(1) Também farão uma arca de madeira, de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura. E cobri-la-ás de ouro puro, por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma moldura de ouro ao redor; e fundirás para ela quatro argolas de ouro, que porás nos quatro cantos dela; duas argolas de um lado e duas do outro. Também farás varais de madeira de acácia, que cobrirás de ouro. Meterás os varais nas argolas, aos lados da arca, para se levar por eles a arca. Os varais permanecerão nas argolas da arca; não serão tirados dela. E porás na arca o testemunho, que eu te darei. Igualmente farás um propiciatório, de ouro puro; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio. Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubim numa extremidade e o outro querubim na outra extremidade; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estenderão as suas asas por cima do propiciatório, cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um para o outro; as faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório. E porás o propiciatório em cima da arca; e dentro da arca porás o testemunho que eu te darei. E ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do testemunho, falarei contigo a respeito de tudo o que eu te ordenar no tocante aos filhos de Israel. (Êxodo, cap. 25:10-22).
(2) Outro fundamento utilizado pelo sistema católico para construção de imagens está na serpente de bronze construída por Moisés, segundo relatado em Números 21:8.
(3) “Texto fora do contexto é pretexto para heresias”, isto é, aquele que tirar um texto de seu contexto é considerado herege.
(5) A palavra que veio a Jeremias, acerca de todos os judeus, habitantes da terra do Egito, que habitavam em Migdol, e em Tafnes, e em Nofe, e na terra de Patros, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Vós vistes todo o mal que fiz vir sobre Jerusalém, e sobre todas as cidades de Judá; e eis que elas são hoje uma desolação, e ninguém habita nelas; Por causa da maldade que fizeram, para me irarem, indo queimar incenso, e servir a deuses estranhos, que nunca conheceram, nem eles, nem vós, nem vossos pais. E eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando e enviando a dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que odeio. Mas eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos, para se converterem da sua maldade, para não queimarem incenso a outros deuses. Derramou-se, pois, a minha indignação e a minha ira, e acendeu-se nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, e elas tornaram-se em deserto e em desolação, como hoje se vê. Agora, pois, assim diz o SENHOR, Deus dos Exércitos, Deus de Israel: Por que fazeis vós tão grande mal contra as vossas almas, para vos desarraigardes, ao homem e à mulher, à criança e ao que mama, do meio de Judá, a fim de não deixardes remanescente algum; Irando-me com as obras de vossas mãos, queimando incenso a deuses estranhos na terra do Egito, aonde vós entrastes para lá habitar; para que a vós mesmos vos desarraigueis, e para que sirvais de maldição, e de opróbrio entre todas as nações da terra? Esquecestes já as maldades de vossos pais, e as maldades dos reis de Judá, e as maldades de suas mulheres, e as vossas maldades, e as maldades de vossas mulheres, que cometeram na terra de Judá, e nas ruas de Jerusalém? Não se humilharam até ao dia de hoje, nem temeram, nem andaram na minha lei, nem nos meus estatutos, que pus diante de vós e diante de vossos pais. Portanto assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o meu rosto contra vós para mal, e para desarraigar a todo Judá. E tomarei os que restam de Judá, os quais puseram os seus rostos para entrarem na terra do Egito, para lá habitar e todos eles serão consumidos na terra do Egito; cairão à espada, e de fome morrerão; consumir-se-ão, desde o menor até ao maior; à espada e de fome morrerão; e servirão de execração, e de espanto, e de maldição, e de opróbrio. Porque castigarei os que habitam na terra do Egito, como castiguei Jerusalém, com a espada, com a fome e com a peste. De maneira que da parte remanescente de Judá, que entrou na terra do Egito, para lá habitar, não haverá quem escape e fique para tornar à terra de Judá, à qual eles suspiram voltar para nela morar; porém não tornarão senão uns fugitivos. Então responderam a Jeremias todos os homens que sabiam que suas mulheres queimavam incenso a deuses estranhos, e todas as mulheres que estavam presentes em grande multidão, como também todo o povo que habitava na terra do Egito, em Patros, dizendo: Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do SENHOR, não obedeceremos a ti; Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, queimando incenso à rainha dos céus, e oferecendo-lhe libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; e então tínhamos fartura de pão, e andávamos alegres, e não víamos mal algum. Mas desde que cessamos de queimar incenso à rainha dos céus, e de lhe oferecer libações, tivemos falta de tudo, e fomos consumidos pela espada e pela fome. E quando nós queimávamos incenso à rainha dos céus, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos, para a adorar, e oferecemos-lhe libações sem nossos maridos? Então disse Jeremias a todo o povo, aos homens e às mulheres, e a todo o povo que lhe havia dado esta resposta, dizendo: Porventura não se lembrou o SENHOR, e não lhe veio ao coração o incenso que queimastes nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, vós e vossos pais, vossos reis e vossos príncipes, como também o povo da terra? De maneira que o SENHOR não podia por mais tempo sofrer a maldade das vossas ações, as abominações que cometestes; por isso se tornou a vossa terra em desolação, e em espanto, e em maldição, sem habitantes, como hoje se vê. Porque queimastes incenso, e porque pecastes contra o SENHOR, e não obedecestes à voz do SENHOR, e na sua lei, e nos seus testemunhos não andastes, por isso vos sucedeu este mal, como se vê neste dia. Disse mais Jeremias a todo o povo e a todas as mulheres: Ouvi a palavra do SENHOR, vós, todo Judá, que estais na terra do Egito. Assim fala o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, dizendo: Vós e vossas mulheres não somente falastes por vossa boca, senão também o cumpristes por vossas mãos, dizendo: Certamente cumpriremos os nossos votos que fizemos de queimar incenso à rainha dos céus e de lhe oferecer libações; confirmai, pois, os vossos votos, e perfeitamente cumpri-os. Portanto ouvi a palavra do SENHOR, todo o Judá, que habitais na terra do Egito: Eis que eu juro pelo meu grande nome, diz o SENHOR, que nunca mais será pronunciado o meu nome pela boca de nenhum homem de Judá em toda a terra do Egito dizendo: Vive o Senhor DEUS! Eis que velarei sobre eles para mal, e não para bem; e serão consumidos todos os homens de Judá, que estão na terra do Egito, pela espada e pela fome, até que de todo se acabem. E os que escaparem da espada voltarão da terra do Egito à terra de Judá, poucos em número; e todo o restante de Judá, que entrou na terra do Egito, para habitar ali, saberá se subsistirá a minha palavra ou a sua. E isto vos servirá de sinal, diz o SENHOR, que eu vos castigarei neste lugar, para que saibais que certamente subsistirão as minhas palavras contra vós para mal. Assim diz o SENHOR: Eis que eu darei Faraó-Hofra, rei do Egito, na mão de seus inimigos, e na mão dos que procuram a sua morte; como entreguei Zedequias, rei de Judá, na mão de Nabucodonosor, rei de babilônia, seu inimigo, e que procurava a sua morte. (Jeremias, capítulo 44).

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