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quinta-feira, 29 de março de 2012

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (8/13)

7     AS BATALHAS CONTRA JERICÓ E CONTRA AI 

Na última volta, no último dia, após percorrer cerca de cinquenta e seis quilômetros (1), ao sonido prolongado das sete trombetas, as muralhas de Jericó caem e os Hebreus invadem a cidade, com a missão de destruir completamente os habitantes, poupando apenas a família de Raabe. Os dois espias, em cumprimento à parte deles no acordo, retiraram Raabe e sua família da batalha, levando-as para fora do arraial de Israel. Isso é muito importante! Por que Raabe e sua família ficaram fora do arraial de Israel? Para entrar no arraial (naquelas circunstâncias, seria o mesmo que entrar na nação de Israel), eles deveriam antes de tudo aderir às regras daquele povo para serem aceitos. Uma coisa é serem poupados da matança em Jericó; outra é cumprirem as exigências legais dos Israelitas para serem aceitos por eles.
Assim também é na vida com Deus: uma situação é Ele nos livrar da morte, ante o arrependimento das práticas politeístas; outra é cumprir as regras espirituais para ser aceito no Reino.

Durante a batalha todo o tesouro encontrado deveria ser preservado para o Senhor, enquanto tudo o que representasse anátema estava destinado à destruição. Contudo, infelizmente parece que sempre tem um cidadão que não entende direito a mensagem, e também não pede para que alguém a desenhe para ele. Durante a batalha, Acã, descendente da tribo de Judá, vendo os despojos de guerra, cobiçou uma boa capa babilônica, duzentos siclos de prata e uma cunha de ouro. Ele deve ter pensado assim: “ora, que são esses despojos comparados à quantidade já arrecadada? Ninguém deve tê-los vistos, então vou pegá-los para mim”. (Isso não está na Bíblia, é mera conjectura). Acã não se guardou do anátema, e ainda por cima, furtou a Deus. Toda a prata, e o ouro, e os vasos de metais que fossem encontrados em Jericó eram para ser consagrados ao Senhor, para o seu tesouro (Josué 6.19). A cunha de ouro e os duzentos siclos de prata que Acã pegou para si, deveriam ser entregues ao tesouro do Senhor.

A maldição de Acã recaiu sobre si e sua conduta foi descoberta. No cap. 7:13, o Senhor disse: “Anátema há no meio de ti, Israel”. O ouro, prata e vasos de metais não eram amaldiçoados aos olhos do Senhor, porque se fossem não iriam para o seu tesouro. Deus não aceita e não quer nada que seja amaldiçoado. (Logicamente que o tesouro não seria usufruído por Deus, senão pelo seu povo. O verdadeiro tesouro de Deus é o seu povo: “Porque o SENHOR escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu próprio tesouro” - Salmo 135:4). Significa dizer que Deus jamais irá desejar que o seu povo possua algo que seja amaldiçoado.

Mas e a capa babilônica? Na Bíblia, capa tem o significado de proteção contra o pecado, de esconder o pecado dos olhos de Deus. Foi assim com Adão, com Noé. Com a capa babilônica Acã tinha em mente esconder o seu pecado de desobediência a uma ordem divina. E todo pecado não passa de simples desobediência a uma ordem de Deus, e não há nada encoberto que não venha a ser revelado (Mateus, 10:26; Marcos 4:22; Lucas 12:2).

Toda vez que o homem desobedece a uma ordem de Deus, no fundo ele está dizendo a si mesmo: ”eu faço e sigo apenas as 'minhas' ordens; se essas estiverem conforme as de Deus, muito bem para Ele; se não, muito bem para mim”. Acã seguiu suas “próprias” normas em relação aos despojos de guerra, e com isso a nação inteira sofreu na primeira batalha seguinte à de Jericó, justamente contra uma cidadezinha, chamada Ai, onde os Israelitas foram guerrear com quantidade de homens bem inferior à que tinham empregados na batalha contra Jericó, e precisaram fugir depois da baixa de trinta e seis soldados.

Agora, por que você acha que as nações sofrem (com “nações” quero me referir a cada um dos habitantes de cada quadrante deste planeta, incluindo você)? Quantos Acãs seguem hoje suas “próprias” normas, ao invés de seguir às de Deus?

Na verdade, ninguém tem suas “próprias” normas, senão que todos somos induzidos a seguirem tais e quais normas. A indução começa na tenra infância, pela educação que recebemos de nossos pais, que receberam dos seus, e assim regressivamente até o primeiro ser da família. Depois, a indução é reforçada na escola, comunidade local, cidade, estado e país. Então, “nossas” normas são, na realidade, produto da educação que recebemos ao longo da vida, e o modo como a processamos, variando de intensidade, conforme o grau de confiança que temos nas pessoas que nos ensinam. Variam também de acordo com nosso comprometimento de mudar de ideia na medida em que percebemos que algumas normas recebidas não mais nos satisfazem, porque notamos que contradizem outras.

Em relação às normas religiosas, nossos pais foram os primeiros mestres a nos ensinar o que eles aprenderam dos seus pais (e eles são da nossa mais alta confiança, razão pela qual não lhes fazemos questionamentos quanto ao que está certo ou errado: vindo deles, “está tudo certo”). Posteriormente, o que nossos pais nos ensinaram é confirmado pelo grupo religioso frequentado por nossa família (sabe como é, né: meus pais eram dessa religião, eu também nasci nela e nela vou morrer, porque não quero e não vou mudar, e até porque o grupo religioso é liderado por sacerdotes de extrema confiança e não podem, nem devem ser questionados, pois isso seria coisa de herege, como também é coisa de herege frequentar ou conhecer outra religião, ou até mesmo ler a Palavra de Deus).
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(1) Segundo relatos, cada volta à Jericó tinha oito quilômetros.

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