Páginas

UBE Blogs

quinta-feira, 29 de março de 2012

Cerco de Jericó - Análise e algumas considerações (9/13)

8   TODO ANÁTEMA É DESTRUÍDO E TODO ARREPENDIDO É CONSERVADO VIVO


Raabe e sua família foram retirados de Jericó e colocados à parte do arraial de Israel. Mais adiante a Palavra de Deus afirma que eles permaneceram habitando no meio da nação israelita. O mesmo não aconteceu com o israelita Acã, que foi morto, ele e sua família, e tudo o que era seu foi totalmente destruído, incluindo-se os produtos do furto. Observe que até a prata e o ouro furtados, que antes do furto deveriam ser destinados aos tesouros do Senhor, também foram destruídos, em vista de terem sido contaminados. E tudo o que é contaminado não entra e não permanece nos tesouros do Senhor.

Acã, que antes da batalha havia se purificado mediante o ato de circuncisão, tornando-se apto para enfrentar com seus companheiros os inimigos jericoítas, não permaneceu puro, tornou-se anátema ao desobedecer às ordens do Senhor. Em razão de sua desobediência, tanto ele como sua família foram mortos, e todos os seus pertences destruídos. Além disso, sua desobediência fez com que a nação de Israel perdesse uma batalha que desde o início já parecia ganha, na qual foram mortos trinta e seis soldados.

Agora, com Raabe ocorreu o contrário. Antes da batalha ela, sua família, bem como todos os seus pertences estavam amaldiçoados em relação aos princípios e às normas do Senhor. A chegada dos espias foi determinante para ela cair em si e reconhecer que o Senhor Deus estava a favor do povo deles, ou seja, se Deus era a favor daquele povo, logicamente que estava contra toda a população de Jericó. Diante dessa constatação, ela não perdeu tempo: Traindo sua pátria e seu sistema religioso, fez aliança com o povo inimigo para ter sua vida salva e também a dos seus parentes; depois, fez uma aliança com o Deus daquele povo que, de inimigo, passou a ser seu amigo; na verdade, ao fazer aliança com Deus, ela passou a fazer parte da família Dele.

Na vigência das regras do Velho Testamento, todo anátema deveria ser destruído em se tratando de objetos e morto, quando se tratasse de pessoas. Como já visto, anátema é pecado e esse faz separação entre Deus e o homem, conforme as Escrituras: “Mas as vossas iniquidades [= pecados] fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” (Isaías 59:2). E as mesmas Escrituras também afirmam que a pessoa que pecar, morrerá: “Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma [= pessoa] que pecar, essa morrerá”(Ezequiel 18:4).

Está escrito também que todos pecaram (Romanos 5.12). Quando a Bíblia afirma que todos pecaram, é porque todos pecaram, sem nenhuma exceção. E nesses “todos” pecadores estão incluídos todos os nascidos de mulher, mediante a fecundação pelo método natural do sexo com um homem. Jesus Cristo não está incluído nesse rol de homens pecadores, porque seu nascimento não decorreu de relação sexual entre homem e mulher. Ele não pecou e não conheceu o pecado porque o pecado não lhe foi transmitido na fecundação através do sêmen. Sua fecundação se deu pelo poder do Espírito Santo.

Na época do Velho Testamento todos deveriam morrer porque todos pecaram. Mas como as misericórdias do Senhor, que não têm fim, são a razão pela qual não somos consumidos (Lamentações de Jeremias 3:22), e elas precedem ao juízo [triunfam sobre o juízo] (Tiago 2:13), o Senhor Deus providenciou o meio pelo qual salvaria da morte os pecadores dentre o seu povo, mediante a intercessão de sacerdotes: “E o sacerdote fará expiação pela pessoa que pecou, quando pecar por ignorância, perante o SENHOR, fazendo expiação por ela, e lhe será perdoado” (Números 15:28).


9    A ORIGEM E O FIM DO PECADO

Afirmam as Sagradas Escrituras que o pecado entrou no mundo por um só homem (Romanos 5.12). Esse homem era Adão, que desobedeceu a única proibição que o Senhor havia colocado como regra no Jardim do Éden, comendo do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. O homem, quando ainda conservava a imagem e semelhança de Deus, não sabia diferenciar o bem do mal; para ele tudo estava certo, tanto que andava nu e não se envergonhava disso. Mas o pecado “abriu os olhos do homem” e ele percebeu que estava nu, o que o levou a se esconder do Senhor Deus e ainda por cima, cobrir-se com folha de figueira. Nascia aí a primeira religião, feita pelo homem, usando de sua inteligência, sua “capacidade” de discernir o bem do mal.

Ele sabia que sua desobediência havia causado o pecado, e que o pecado o levaria à morte (morte, aqui, com o significado de separação eterna de Deus). O pecado desligou o homem de Deus.

Para não viver nessa condição de desligado para sempre de Deus, o homem inventou o primeiro método de se religar ao Senhor, a primeira religião. Ele deve ter pensado o seguinte: “Dei ouvidos ao diabo e agora estou ferrado! Assim que o Senhor Deus vier aqui, no entardecer de hoje, vai perceber que eu o desobedeci e por isso me separei Dele. E agora, o que fazer? Já sei: para me manter ligado a Ele, vou cobrir minha nudez com estas folhas de figueira, e Deus vai me ver vestido, e desse modo me mantenho ligado ao Criador”. E assim fez.

Entretanto, Adão não contava com a sabedoria de Deus, que desde a eternidade já sabia o que o homem haveria de fazer. Como se o ser humano pudesse esconder algo de Deus!
Naquele momento da história do homem, Deus elabora a sua religião: matou um cordeiro, tirou-lhe a pele e fez dela uma túnica para o homem, e assim criava a segunda religião, a perfeita.

O termo “religião” é derivado do latim, com o significado de religar, tornar a ligar. Ora, para que algo possa ser “religado”, é necessário que primeiramente ele estivesse ligado, fosse então desligado, para tornar a ser ligado. Isto é religar: ligar o que esteve ligado e foi desligado.

O homem foi feito ligado a Deus, e Dele se desligou logo após. Mas Deus providenciou o meio adequado para Ele se religar ao homem. Ele nem se importou com o método criado por Adão. Um detalhe importante: pelo método de Deus é Ele que toma a atitude de se religar ao homem; é Dele toda a ação; Ele foi o agente ativo; Ele que praticou o ato de religar. O homem foi o agente passivo, quem recebeu a ação religadora de Deus.

Deus está agindo sempre para se religar ao homem, para se religar a você. Por sua vez, o homem que deseja ser religado a Deus, deve permanecer passivo, inerte; ele não deve tentar se religar a Deus utilizando-se de seus métodos falhos.
Uma pergunta: O que dura mais, a folha da figueira arrancada da árvore ou a pele de um animal? Parece-me que a resposta é óbvia: a pele dura muito mais que a folha arrancada da árvore. Daria para se dizer que a pele dura pra sempre, comparando-a com a folha.

Agora imagine a hipótese de o homem rejeitar a religião criada por Deus para se sujeitar à sua. Imagine que ele tirasse a túnica feita de pele de cordeiro para usar sua sunga feita da folha da oliveira. Logo que a folha murchasse ele seria obrigado a arrancar outra para fazer nova sunga, até que essa também murchasse, obrigando o homem a arrancar outra folha para confeccionar nova sunga, e assim sucessivamente. Enquanto isso a túnica confeccionada por Deus estaria lá, jogada num canto qualquer.
Cada folha arrancada representa uma nova religião que o homem inventa, utilizando-se dos seus métodos, dos seus esforços, dos seus méritos para tentar se religar a Deus. E com isso ele deixa atirada num lugar qualquer de sua vida a perfeita religião de Deus.

Assim, quanto à origem, podemos classificar as religiões existentes no mundo de hoje - e de outrora - de dois modos: 1) feitas pelos homens, em quantidade incontável; e 2) feita por Deus, apenas uma.

Deus precisou matar um cordeiro, derramar seu sangue e tirar-lhe a pele para encobrir o pecado do homem, e assim se religar a esse. Porém a consequência mais grave o homem teve de suportar: passar pela morte física após determinado tempo de existência, o que não era o desejo de Deus ao fazê-lo à sua imagem e semelhança. No projeto original, depois de ser criado, o homem deveria viver para sempre, e sempre ligado ao seu Criador. Mas o pecado modificou esse projeto, para colocar um tempo finito de vida no ser humano.

É por isso que todo homem não quer morrer. É que lá no seu DNA consta a informação de que ele nasceu para viver para sempre; mas consta também a informação do pecado, indicando um ponto final em sua vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, amigo visitante.
Muito obrigado a você que lê os textos deste blog.
Fique à vontade pra deixar seu comentário e crítica.
Que tua vida seja abençoada, no nome de Jesus Cristo, Senhor e Salvador da humanidade.